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CORONAVÍRUS
8 frigoríficos foram interditados em maio por falta de proteção contra o coronavírus
Redação

Com 8 frigoríficos interditados no mês de maio em função da Covid-19, segundo Ministério da Agricultura, algumas unidades seguem com suas atividades.

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Paralisações ocorreram devido ao risco de transmissão da doença entre trabalhadores. Relatório mostra que mais de 20 servidores de inspeção tiveram afastamento do trabalho por causa do novo coronavírus.

Relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura nesta terça-feira (16) afirma que 8 frigoríficos foram interditados em maio por órgãos, como Secretaria da Saúde, Secretaria do Trabalho e Ministério Público do Trabalho (MPT) em função do risco da transmissão da COVID-19 entre trabalhadores. 47 abatedouros frigoríficos sob inspeção federal paralisaram suas atividades em 17 estados, como por exemplo: Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Em Rondônia, um frigorifico em São Miguel do Guaporé (RO) foi interditado pela justiça no fim de maio devido a contaminação EM MASSA por COVID-19 entre os trabalhadores, denunciada pelo Ministério Público, mais de 260 trabalhadores foram contaminados, e com total descaso a vida dos trabalhadores, as atividades retornaram no dia 9 de junho, mas o descaso por parte dessa casta capitalista que ocupa esse setor, não fica somente por ai, recentemente em Goiás, um trabalhador de frigorifico veio a óbito devido a COVID-19, possuindo 36 anos, mais um trabalhador tem seu futuro arrancado pelas mãos capitalistas. A unidade parou suas atividades mas deve voltar às atividades nesta sexta-feira (19) deixando claro que para eles os lucros valem mais do que nossas vidas.

Frente a toda essa crise pandêmica que estamos encarando, mortes e casos cada vez maiores, pesquisa em Lajeado (RS) apontou que o predomínio da COVID-19 em trabalhadores de frigoríficos é 270% maior. Segundo professor da universidade que coordena a pesquisa, dado mostra que estes trabalhadores têm três vezes mais chances de se contaminar com o coronavírus do que outras pessoas. De acordo com o Coordenador Cientifico da Pesquisa, professor Rafael Picon, não ouve surpresa com o resultado, porque já se sabe quão brutal são os surtos de coronavírus nos frigoríficos, principalmente em Lajeado.

Tendo a primeira fase dos estudos realizada entre 30 de maio a 4 de junho, foram analisadas amostras de 1450 pacientes de Lajeado, sendo 952 mulheres e 498 homens, entre todos os participantes, 61 eram trabalhadores de frigorificos, e entre eles, 7 foram positivos. Picon afirma que estes surtos têm acontecido em plantas frigorificas em vários países, cujo os porquês ninguém sabe, talvez as condições de trabalho que os trabalhadores diariamente tem que lidar.

Frente a postura irracional de Bolsonaro, que legitima a atuação genocida do empresariado e que conta com apoio do agronegócio à sua política negacionista de extrema-direita, fica claro o porquê dos trabalhadores de frigoríficos terem 3 vezes mais chances de se contaminar comparado a qualquer trabalhador que atue em outro processo produtivo.

Exemplo disso é que os frigoríficos contribuem com altíssimos indicies de mortes por acidentes de trabalho, os trabalhadores que vendem sua força de trabalho, estão exercendo suas funções de forma insalubre desde muito tempo e, em meio a pandemia, tem que encarar as mesmas condições sem nenhuma testagem massiva ou qualquer medida que venha a potencializar a prevenção de contaminação pelo novo coronavírus. Com aumento de acidentes e doenças ocupacionais em frigoríficos, o setor agropecuário em geral contribui com grande número de acidentes com morte no país, de acordo com informações do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), em 2016 ocorreram no Brasil 331 mortes por acidentes de trabalho nesse setor, expressando uma média de UM ÓBITO a cada VINTE E SEIS HORAS. Números esses que a cada dia aumentam e somados a crise pandêmica os trabalhadores do setor frigorifico colocam suas vidas em risco diariamente, tanto por acidentes de trabalho como de contaminação por COVID-19. Em 2017 foram contabilizados 20.595 acidentes nesses locais, aumentando, 7,90% em relação ao ano anterior. Com maiores riscos envolvendo atividades de abate, corte e armazenagem de carnes, englobados em diversas tarefas do dia a dia, como manuseio de equipamentos pesados e cortantes, ritmo acelerado de trabalho, exposição à umidade e a baixas temperaturas e choque térmicos, os trabalhadores manuseiam equipamentos sem nenhuma proteção coletiva, o que de fato, facilita qualquer acidente de trabalho envolvendo cortes e amputações.

Frente a toda pressão diária com linhas produtivas em velocidades anormais, riscos de morte, os trabalhadores do setor frigorifico sentem na pele diariamente o descaso dos capitalistas, empresários e governantes que não se atentam as condições de trabalho e nem tão pouco atuam de forma assertiva no combate ao novo coronavírus nas unidades espalhadas pelo país e pelo mundo, deixando claro que se faz necessário a centralidade operária no combate a crise do novo coronavírus e por condições seguras de trabalho.

Se faz necessário defender uma saída dos trabalhadores, reivindicar do sindicato que se pronuncie a favor dos trabalhadores, promovendo ações de luta no combate ao novo coronavírus e tirar os trabalhadores dessa situação de calamidade enquanto há enriquecimento de grandes empresas capitalistas. Precisamos buscar a organização de todos os trabalhadores, homens e mulheres, estudantes, negros e negras, em luta, defendendo o não pagamento da dívida pública e uma saída para crise econômica e sanitária.

Querem pagar com nossas vidas, nossas vidas valem mais que os lucros deles, pela organização dos tralhadores, em comitês, na luta contra os capitalistas e por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

 
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