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Protestos e manifestações de trabalhadores na Colômbia contra as políticas de Duque
Milton D’León
Caracas

Trabalhadoras da saúde, professores, trabalhadores precarizados e centrais sindicais saíram outra vez as ruas em meio ao isolamento pelo coronavírus, para exigir melhores salários e condições de trabalho, além de protestar contra os atos de discriminação e ameaça a médicos e enfermeiras que vem ocorrendo por conta da pandemia.

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A Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), a Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT), se fizeram presentes em Bogotá e outras cidades do país realizando manifestações e comícios.

Enfrentam as políticas de Governo e rechaçam as propostas da Federação Nacional de Comerciantes (Fenalco) de implementar o pagamento da jornada de trabalho por hora, com o argumento de "estabilizar" a economia frente a pandemia do novo coronavírus. O projeto da Fenalco tem por objetivo promulgar a remuneração pelas horas de trabalho, assim como desobrigar o setor empresarial ou patronal de assumir prestações sociais garantidas por lei.

Na manifestação que se realizou na Plaza de Bolívar- centro histórico e político de Bogotá-, participaram professores e trabalhadores do setor hospitalar demandando a inversão de recursos para a saúde, renda básica para alimentação, rechaço a reforma trabalhista e da previdência, e também contra as medidas governamentais aplicadas ante a COVID-19, assim como contra a violência e a repressão.

Em frente ao Ministério da Saúde, cerca de 200 trabalhadores, entre médicos, enfermeiras e pessoal do setor administrativo, se manifestaram exigindo que o Governo melhore seus salários e o tratamento que vem recebendo durante a emergência sanitária.

Os níveis de informalidade são alarmantes no setor da saúde. Cecilia Vargas, presidenta da Sociedade Colegial de Enfermagem, afirma que cerca de 80% de seu setor não tem vinculação trabalhista formal. "A grande maioria não possui um contrato com todas as prestações sociais. O que está sendo feito é a terceirização de nossos serviços, assim não fazemos parte formal das clínicas e hospitais. Uma situação que sempre ocorreu, mas que com a pandemia deixou muito mais em evidência a situação de insegurança em que nos encontramos", diz.

Assim como os trabalhadores do setor da saúde, os do setor docente vem encabeçando os protestos. Por isso se manifestaram esta quinta feira contra o retorno das aulas presenciais no país, argumentando que as instituições educativas não possuem protocolos de biossegurança necessários para garantir a volta ao trabalho.

Os professores asseguram que "não há condições aptas, nem garantias em relação aos métodos de biossegurança, que necessitam estudantes e profissionais para lograr a prevenção do contágio" do COVID-19 nos centros educativos. A agremiação dos docentes, FECODE, também indicou que "sem água potável, sem energia, não há condições para cumprir o protocolo. Nesse cenário não podemos regressar aos colégios." Esta é a segunda manifestação realizada em Junho contra a reativação dos centros educativos.

Em carta aberta dirigida aos pais de família dos seus estudantes o grêmio docente declara: "Nos preocupa que diante do avanço do vírus, a inexistência de uma vacina e a crise que atravessa o setor da saúde, o MEN ( Ministério da Educação Nacional) anuncie mediante a Diretiva Ministerial número 11 datada de 29 de Maio, o regresso às aulas das crianças a partir de primeiro de Agosto".

Porém, o Governo de Duque insiste na sua política de voltar a "normalidade" quando sabemos que na Colômbia já foram registrados 43.682 contágios e 1.433 mortes por conta do COVID-19, segundo as cifras coletadas pela plataforma Worldometer. Ainda assim se iniciou o processo para reabrir a economia e ir normalizando gradualmente as atividades, entre elas a reabertura dos centros educativos.

Também na manhã dessa quinta feira uma centena de trabalhadores da empresa Aseo Técnico, de Barranquilla, se manifestaram em frente as instalações da base de operação, pedindo estabilidade de emprego.

A preocupação dos trabalhadores que se manifestavam radica no fato de que a partir de 30 de Junho a empresa deixa de estar a cargo da limpeza de Barranquilla, entregando suas operações a Triple A. Dessa forma, um total de 850 empregados, entre eles os homens conhecidos como"Escobitas", ficariam sem emprego, de acordo com as declarações de David Ospino, presidente da Sintraseo. É que as patronais aproveitam a quarentena para seguir os ataques contra os trabalhadores.

Durante todo o período da quarentena o Governo de Duque aproveitou para avançar as demissões levando a cabo as exigências dos setores empresariais, assim como as reduções salariais, tudo em função de manter "assegurada" a economia, ou seja, o lucro dos empresários. Mas também com suas próprias medidas de ajuste.

Quando a pandemia se manifestou na Colômbia, Duque impôs uma quarentena que condenou milhares de trabalhadores informais a passar fome sem lhes garantir uma renda digna no nível de uma cesta básica. Além disso, durante a quarentena, se colocou em evidência as reais condições de todo o sistema de saúde, a precariedade neste setor tão sensível para a sociedade, sobretudo na situação de crise sanitária, em nenhum momento dando respostas concretas às exigências desses trabalhadores.

Agora, no curso de reabrir a economia e da volta à "normalidade", segue atendendo o pedido dos empresários, além da flexibilização das leis trabalhistas, obrigando professores a voltar as aulas sem as mínimas condições de proteção diante da pandemia. As centrais sindicais devem combater as políticas de Duque e dos empresários que atacam as conquistas das e dos trabalhadores, convocando uma ação unificada contra o ataque as suas condições de trabalho.

 
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