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JUSTIÇA PARA GEORGE FLOYD
EUA: Portuários e caminhoneiros paralisam em homenagem a George Floyd
Ezra Brain (Left Voice)

Na terça-feira, trabalhadores em São Francisco e Nova York vão parar de trabalhar para homenagear George Floyd. Essa paralisação é um primeiro passo importante na ligação do trabalho organizado à luta contra a opressão racista.

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As unidades 10, 34, 75 e 91 do Sindicato Internacional de portuários e Armazém (ILWU) se uniram ao sindicatos de caminhoneiros Teamsters, unidade 808, para anunciar uma paralisação dos trabalhos na terça-feira em solidariedade aos manifestantes que denunciam o assassinato policial de George Floyd. A paralisação do trabalho e a vigília silenciosa coincidirão com o funeral de Floyd e abrangerão vários fusos horários. Os trabalhadores organizados sob a ILWU e o Teamsters (sindicato internacional de caminhoneiros dos EUA e Canadá) incluem trabalhadores da Metro North em Nova York e trabalhadores portuários em todo o país. Embora seja uma paralisação temporária do trabalho e não uma greve, ainda é um importante desenvolvimento e poderosa demonstração de solidariedade entre o trabalhadores organizados e os que lutam nas ruas contra a repressão policial.

Os trabalhadores portuários têm uma longa história de enfrentar as lutas de setores mais amplos da sociedade. O ILWU Local 10 fechou os portos e marchou em protesto pelo assassinato de Oscar Grant pela polícia em 2010. Em 2008, vários unidades da ILWU entraram em greve em protesto contra a Guerra do Iraque, derrotando a interferência da burocracia sindical para permitir que a guerra ocorresse. Esses atos de solidariedade estão alinhados com o lema da ILWU de que "uma ataque a um é um ataque a todos" (“an injury to one is an injury to all”).
Desde o início dos levantes atuais pelo BlackLivesMatters nos EUA, muitos sindicatos fizeram declarações de apoio, mas este novo anúncio de uma paralização é um desenvolvimento importante. Trabalhadores organizados em vários sindicatos estão se unindo, em diferentes lugares, para realizar uma ação unificada em solidariedade.

Esse desenvolvimento mostra o começo de em união entre as lutas do trabalho organizado e a luta negra.

Os manifestantes nas ruas estão ganhando enormes concessões, mas para maiores vitórias, precisamos desafiar o coração da produção capitalista. No entanto, como mostra a recente defesa feita pelo presidente da AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, maior central sindical dos EUA e Canadá) aos sindicatos de policiais, a burocracia sindical está perfeitamente disposta a fazer declarações de apoio sem fazer nada para realmente apoiar os levantes. A base deve inspirar-se no compromisso dos trabalhadores da ILWU de lutar pelos mais oprimidos ao longo de décadas e exigir que os sindicatos tomem medidas para apoiar materialmente a luta pelas vidas negras. Os sindicatos devem realizar greves, mobilizar suas associações, opor-se a toda cooperação com a polícia (e isso significa expulsar os sindicatos de policiais de seus conselhos) e compartilhar seus recursos com o movimento. O racismo é uma ferramenta do capitalismo para dividir. Ao assumir as lutas dos oprimidos, os trabalhadores podem demonstrar verdadeira solidariedade e, ao mesmo tempo, aumentar a consciência de classe. A paralização de terça-feira é um passo vital para unir a luta contra a opressão capitalista à luta contra a opressão racista. Vincular essas lutas é o que o movimento precisa para evoluir e realmente conquistar um mundo livre de opressão e exploração.

Publicado originalmente no Left Voice.

 
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