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PM ASSASSINA
PM do Rio promove tiroteio no Alemão um dia após proibição de operações pelo STF
Tatiane Lopes
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Moradores do Complexo do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro, relataram tiroteio na noite de ontem (06), um dia após decisão liminar do STF que proíbe a realização de operações policiais sem motivo excepcional em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia da Covide 19.

Imagens que foram registradas por moradores e publicadas no jornal Voz da Comunidade mostram ao menos três viaturas da Polícia Militar (duas delas da UPP) na comunidade da Grota, onde moradores e ativistas denunciam ter ouvido tiros.

Nesta sexta-feira (5), o ministro Edson Fachin, relator de uma ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) que aponta diversas inconstitucionalidades na política de segurança do governo Wilson Witzel (PSC), determinou a suspensão de todas as operações policias em favelas cariocas durante a pandemia.

Se por um lado, essa decisão do STF mostra como setores do Estado e da burguesia nacional temem a força da juventude negra que vem se mobilizando aqui e no mundo e buscam intervir com decisões como essas para tentar convencer uma parcela do movimento de que estão ao lado das vidas negras, por outro, não demorou nem mesmo um dia após a decisão para vermos na prática que não podemos confiar nas instituições.

A Anistia Internacional, bem como ativistas de comunidades e pelos direitos humanos se somam em exigência para que se cumpra a liminar do STF, posição legítima e democrática: "Exigimos o cumprimento da liminar que proíbe a realização de operações policiais durante a pandemia e cobraremos das autoridades a especificação do que se chamou de operações absolutamente necessárias. Chega de violações de direitos humanos nas favelas do Rio de Janeiro”.

Porém sabemos que, assim como nos EUA, a justiça pelas vidas negras arrancadas das mães de tantos, como João Pedro, Miguel, Maria Eduarda, só pode ser vir pela força da nossa mobilização e organização. As vidas negras importam, por isso é necessário seguir e fortalecer o chamado às mobilizações de hoje em todo o país e avançar em organização e unidade da juventude negra que se levanta junto aos trabalhadores, em especial os mais precários, como entregadores de aplicativos, que também vem demonstrando disposição de luta. Essa é a força capaz de impor o fim das operações policiais nas favelas do Rio e questionar muito mais profundamente o racismo estrutural que permeia todas as esferas da vida no capitalismo.

 
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