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Eduardo Leite implementa EaD de “faz de conta” mantendo cortes de salários e precarização
Redação Rio Grande do Sul

Em meio à pandemia, o governador Eduardo Leite implementa um sistema de “faz de conta” para que o ano letivo seja válido a qualquer custo. São as chamadas aulas remotas (outro nome para ensino à distância - EaD) sem considerar as mínimas condições dos próprios professores que, com todos os cortes de salário dos últimos meses, parcelamento e congelamento desde 2015, sequer internet podem pagar. Assim como muitos alunos nas periferias cujas famílias estão mais preocupadas com o que vão comer do que se o filho vai ter atividade da escola. Lembrando que a LDB não prevê aulas em EaD na educação básica.

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Os professores gaúchos que têm acesso a internet vão fazer de conta que ensinam enviando atividades pelo google classroom, ameaçados com mais cortes de salários, os alunos que tem acesso farão de conta que aprendem e o governo Leite fará de conta que cumpriu com suas obrigações com relação a educação. Ora, que visão de educação tem esse governo? Quem tem condições de aprendizagem em condições sanitárias precárias e com fome? Educação, saúde e segurança alimentar não existem em separado. Antes de planejar “aulas remotas” o governo tem que se ocupar em sanar os casos de COVID-19 que só aumentam. 80% das UTIs estão ocupadas no RS, e, após os decretos de reabertura da economia de Leite, o “distanciamento controlado”, mais que dobraram os números oficiais de casos do novo coronavírus. Sem contar a enorme subnotificação por causa da falta de testes para a população. Para Eduardo Leite assim como para Bolsonaro os lucros dos capitalistas importam muito mais do que nossas vidas.

Não tem como desconsiderar que essa é uma política arbitrária e excludente dos mais pobres em benefício dos interesses dos capitalistas. Veja o relato de uma professora nas redes sociais:

“Não sei quem são meus alunos, como são as carinhas, os nomes da plataforma não condiz com o endereço de e-mail, da sala de aula, creio que esse momento é bem delicado, tem famílias com 1 computador para 4, 5 integrantes da família usar... quando se tem internet... Tem famílias com pais analfabetos, sim, tem!
Tem famílias sem internet, sem computador, sem Dinheiro e querendo fazer o isolamento que terá que ir até a escola buscar as atividades propostas?
Eu, mais uma vez, não tenho como fazer um planejamento em 3 dias, de Ciências e Biologia, se eu não tenho nem base do conhecimento deles, o que são capazes de fazer sozinhos... Isso trata da autonomia, trata de frustração...
Quem impôs essa aula remota, sequer tem empatia conosco...
Confiscou nosso salário, reduziu nossa categoria a pó, nos assoprou, na festa do Peixe, dizendo que poderíamos bater sineta a vontade...
Disse em alto e bom tom, cidadão de bem ele, que nos ensinaria que não temos direito a greve...
E agora, nos comanda, como um menino mimado, façam isso, não, agora é aquilo...
Alfred, o menino está com sede e não temos laranja...
Espreme o Professor, que é sempre ele que se reinventa mesmo!”

A situação da educação pública é de interesse de todos os trabalhadores. A precarização na educação está diretamente ligada à precarização de toda a classe trabalhadora. Nesse momento em que a crise econômica ganha proporções astronômicas, crise acelerada pelo novo coronavírus, e que o país passa por uma forte crise política também, os professores podem cumprir um importante papel se organizando de forma independente sem esperar pelas direções sindicais ou centrais sindicais que tem apostado em saídas institucionais, como a CUT (PT) e CTB (PCdoB). É preciso se organizar pela base e fazer uma pressão de baixo para cima nos sindicatos apostando apenas nas nossas próprias forças em unidade com todos os setores da classe trabalhadora. Os que mais se expõem ao risco de contágio tendo que pegar ônibus lotados durante a pandemia, trabalhadores de serviços essenciais e não essenciais que são obrigados a sair para produzir o que o patrão manda, produtos muitas vezes supérfluos diante de uma pandemia que precisa ser combatida. Então se podem se expor para ir trabalhar podem se expor para protestar e tomar as ruas contra Bolsonaro, Mourão e os militares. Mas também sem nenhuma confiança nos meios institucionais que aprovaram a reforma trabalhista e da previdência, nenhuma confiança nos governadores, no STF ou no Congresso Nacional. Uma grande mobilização que leve professores, trabalhadores em geral, estudantes, massivamente às ruas pode impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que seja o povo que decida os rumos do país, e não essa corja de ratos dos porões da ditadura que querem passar a boiada enquanto as pessoas morrem nas favelas e nos hospitais.

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