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UNICAMP
Estudantes arrancam cotas nos colégios da Unicamp, mas Knóbel aprova pós lato sensu paga
Faísca Unicamp
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No marco da fúria negra internacional, em sessão do antidemocrático Conselho Universitário da Unicamp foi aprovada a política de cotas étnico-raciais para ingresso nos colégios técnicos, COTIL e COTUCA, demanda histórica do movimento estudantil secundarista e negro, após anos de resistência da burocracia universitária. Ao mesmo tempo, a pós-graduação lato sensu será paga na universidade, ferindo o princípio da gratuidade do ensino público. Veja os conselheiros que votaram favoráveis à proposta.

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Aproveitando-se do momento de quarentena para "passar a boiada", a reitoria Knóbel comprova que sua defesa da universidade pública e da ciência não passam de um projeto demagógico para voltar cada vez mais a universidade aos interesses das empresas. A última sessão do CONSU foi marcada pela aprovação de cortes milionários (R$ 72 milhões). Agora, o setor da pós-graduação chamado de lato sensu, que toca nas especializações, terá cobrança de mensalidade. Essa medida vai na contramão da defesa da ciência e da universidade pública, cuja potência se prova ainda mais nesta crise, contra Bolsonaro e Weintraub.

Assim, a figura de Knóbel está cada vez mais conhecida pelo método de "acenar com uma mão" e atacar com outra. Longe de querer combater o elitismo e o racismo da universidade, no momento em que a fúria negra dos EUA percorre o cenário internacional, a conquista das cotas nos colégios técnicos foi arrancada após longa batalha do movimento estudantil e negro.

Ainda assim, ao atacar o direito à gratuidade na pós-graduação lato sensu, a reitoria e o Conselho Universitário sinalizam no sentido da elitização e do racismo estrutural da universidade, aprofundando seus laços com o financiamento privado. Knóbel, longe de contestar o projeto de Dória e dos governos, que não dão saída à crise orçamentária da universidade enquanto mantêm inúmeras isenções às empresas, abre precedente que fortalece todos os setores da direita que defendem o pagamento de mensalidades.

Mantendo intocável o aumento do teto dos salários da burocracia universitária, que contou com aval do STF neste ano, a reitoria reafirma na prática que serão estudantes, muitos dos quais negros, que terão seu acesso à especialização negado.

Confira abaixo os conselheiros que votaram favoravelmente à medida:

Adilton Dorival Leitte (GR)
Alberto Luiz Francato (FEC)
Alberto Luiz Serpa (FEM)
Anderson de Rezende Rocha (IC)
André Martins Biancarelli (IE)
Angel Pontin García (FEAGRI)
Everardo Magalhães Carneiro (IB)
Antônio Carlos Bannwart (FEM)
Antônio Gonçalves de Oliveira Filho (HC)
Antônio José de Almeida Meirelles (FEA)
Cláudia Maria Bauzer Medeiros (IC)
Claudiney Rodrigues Carrasco (Representante da Prefeitura Municipal de Campinas)
Guilherme (não especificado)
Edson Tomaz (FEQ)
Eduardo Gurgel do Amaral (FIESP)
Eliana Martorano Amaral (PRG)
Vinicius de Paula (FCM)
Fernando Augusto de Almeida Hashimoto (PROEC)
Fernando Cendes (FCM)
Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto (PRDU)
Francisco Haiter Neto (FOP)
Heloise Oliveira Pastore (IQ)
Jefferson Cano (IEL)
João Frederico da Costa Azevedo Meyer (IMECC)
José Alexandre Diniz (FEEC)
Luiz Carlos Zeferino (FCM)
Marco Aurélio Zezzi Arruda (IQ)
Maria Helena Baena de Moraes Lopes (FENF)
Marisa Masumi Beppu (FEQ)
Mirna Lúcia Gigante (FEA)
Munir Salomão Skaf (PRP)
Nancy Lopes Garcia (PRPG)
Orival Andries Júnior (FEF)
Osvaldir Pereira Taranto (FEQ)
Pascoal José Giglio Pagliuso (IFGW)
Paulo Cesar Montagner (FEF)
Paulo Régis Caron Ruffino (IMECC)
Rachel Meneguello (IFCH)
Renato Falcão Dantas (FT)
Samuel Rocha de Oliveira (IMECC)
Sérgio Luiz Monteiro Salles Filho (IG)
Teresa Dib Zambon Atvars (Coordenadora Geral da Universidade)

Como demonstra a lista, o antidemocrático Conselho Universitário conta até mesmo com a presença de representantes da FIESP golpista (Federação de Indústrias do Estado de São Paulo), que vem pressionando pela reabertura econômica. Essa é uma demonstração de que o atual projeto de universidade está a serviço dos lucros dos capitalistas, e não dos interesses dos trabalhadores e do povo negro. Por sua vez, estudantes e trabalhadores, que são maioria na realidade da universidade, são minoria nesse Conselho Universitário.

A reitoria Knóbel, quando não governa por decreto, com GR, como faz para impor o Ensino à distância goela abaixo dos estudantes e docentes, apóia-se na casta burocrática do CONSU e suas relações com empresas na universidade. É por isso que defendemos um processo Estatuinte Livre e Soberano que debata como a universidade deve ser gerida. Nele, levantaríamos o fim do reitorado e desse Conselho Universitário que é inverso à realidade, devendo ser substituído por um governo de estudantes, trabalhadores e professores proporcional ao seu número real.

Na crise em que estamos, quando, por um lado, a ciência e a universidade pública demonstram enorme potencial de responder às demandas populares, a reitoria e o CONSU dão cada vez mais mostras de que são incapazes de gerir a universidade a serviço dos trabalhadores e, dessa forma, defendê-la das garras da extrema direita. Esse programa se torna ainda mais necessário para enfrentar Bolsonaro e Weintraub. Se os trabalhadores do HC, que são linha de frente de enfrentar a pandemia, se os estudantes e docentes que colocam suas pesquisas para responder à crise econômica, social e sanitária e oferecem extensão gratuitamente, se os estudantes que lutaram para arrancar as cotas fossem maioria para decidir sobre a universidade, sem privilégios materiais, estaríamos mais fortalecidos contra a extrema direita.

 
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