O vídeo circulou rapidamente pelas redes sociais, difundido a tristeza e despertando a fúria negra, que não houve distanciamento social que pode conter. Enormes manifestações com enfrentamento policial tomaram as ruas de Minneapolis.
O caso choca pela repetição do que ocorreu em Ferguson em 2014, onde o jovem Erik Garner também gritava “eu não consigo respirar” enquanto era detido pela polícia, que levou a sua morte, e se tornou um dos gritos do Black Lives Matter, rebelião negra que levou multidões para se enfrentar contra a polícia, denunciando o racismo do Estado norte-americano.
A sentença de morte de George Floyd foi a fome. Preso por um suposto cheque fraudado, expressa a criminalização da pobreza e da população negra em meio a um capitalismo pandêmico, que além de temer a morte pelo vírus, os trabalhadores pobres e negros temem a morte pela fome e também pelas mãos do Estado e da polícia racista norte-americana. O assassinato de Floyd é adicionado a uma crescente lista de casos destacados nos últimos meses: Ahmaud Arbery, Sean Reed e Breonna Taylor, para nomear alguns. O vídeo comprova o assassinato e cumplicidade de outros 3 policiais, que apenas foram mandados para as suas casas impunes.
Não houve isolamento forçado que pudesse conter a fúria negra que saiu às ruas na noite de ontem e na manhã dessa quarta-feira, 27. Assistindo ao vídeo das manifestações, é evidente que as multidões estão tentando se distanciar socialmente, usando máscaras, mas permanecendo fortes no meio de uma estrada movimentada em Minneapolis, bloqueando o tráfego.
O espírito de Ferguson e Baltimore está no ar. O espírito dos jovens negros que estão cansados de policiais perseguindo e matando eles foi aceso. Nos juntamos ao chamado deles. Justiça para George Floyd. Prisão para os policiais assassinos. Organização de trabalhadores e grupos oprimidos juntos para combater o racismo. E lutar pela abolição da polícia e por uma uma sociedade sem exploração ou opressão.
|