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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Damares faz piada com a situação das mulheres e lança concurso de máscaras em meio à pandemia
Tassia Arcenio
Professora e assistente social

O ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves, lançou um concurso nacional para escolher qual a máscara mais bonita produzida por uma criança no Brasil.

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A atividade planejada para ser feita junto com a família, desconsidera o momento de insegurança que a classe trabalhadora está enfrentando em meio à pandemia: falta de testes massivos, falta de EPI´s de qualidade garantidos pelo Estado e falta de acesso à saúde pública caso venham a adoecer.

Além disso, enfrentam em seus trabalhos suspensão de contrato, redução salarial e mesmo demissões, impactando diretamente nas contas e alimentação de milhões de brasileiros.

As mulheres que enfrentam toda essa situação, ainda são a maioria nas categorias linha de frente em enfrentar essa pandemia, como as enfermeiras e demais profissionais de saúde. Ou seja, arriscam suas próprias vidas para salvar a população, enquanto o Ministério que deveria representa-las finge que isso não é de sua competência.

Com a pandemia, as mulheres que já sofrem com a dupla jornada com o trabalho fora e dentro de casa, viram essa carga aumentar absurdamente com o EAD dos filhos, o cuidado com as crianças em tempo integral, criação de atividade para entretenimento e lazer. Como se não bastasse todo esse esgotamento que isso traz, estão sujeitas a violência doméstica que alcançou números recordes em vários estados do país.

Já as crianças, que são impactadas por todo esse contexto em que as famílias estão inseridas, em que se aumenta a miséria e a violência, além da possibilidade de contaminação da Covid-19, têm seu futuro roubado pela ganância dos capitalistas e dos governos que legislam ao seu favor, que retiram o direito de convívio, socialização e brincadeiras, pois são incapazes de enfrentar a pandemia de forma segura e responsável para a classe trabalhadora, aproveitando a situação para aprofundar a retirada de direitos.

Nesse sistema econômico que só reserva miséria para as crianças, e balas direcionadas se forem negras, as crianças também são alvo de violência sexual em suas próprias casas. Enquanto isso, Bolsonaro pensa em colocar como Ministro da Saúde, Ítalo Marsili um suposto psiquiatra que se orgulha de dizer que “curou” um pedófilo receitando a ele que transasse com prostitutas com “cara de criança”.

Toda essa situação alarmante não importa para esse Ministério, Damares e Bolsonaro e é justamente resultado da política que defendem, que enquanto aparecem colocando as máscaras de forma equivocada, parecem debochar de milhões de mulheres e crianças ao priorizar diante desse cenário, um concurso de confecção de máscaras.
Como em um filme de terror, o prêmio das melhores colocadas é uma tarde com a ministra das meninas vestem rosa e meninos vestem azul e a primeira-dama Michele Bolsonaro.

Para defender o direito ao futuro das crianças e direito ao pão, mas também às rosas para as mulheres e o conjunto da classe trabalhadora, temos que transformar esse cenário de crise econômica, política e sanitária com as nossas próprias forças.

Defendemos a centralização de todo o sistema de saúde, para que todos sejam atendidos. Lutamos pela reconversão da indústria para que a produção seja voltada para o que necessitamos no combate à pandemia, por um plano de emergência que atenda às necessidades das mulheres e crianças e não confiamos nossos direitos, nossas vidas e nosso futuro em nenhum político da ordem, por isso batalharemos por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

Foto: Fabio-Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

 
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