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PETROBRAS
Diretoria da Petrobras omitiu metade dos casos de Covid-19 entre trabalhadores para agradar Wall Street
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

Na mesma semana em que a Diretoria divulgou mais de 800 casos confirmados de trabalhadores infectados na Petrobras devido à falta de proteção e condições de trabalho, os preços das ações em Wall Street caíram. A diretoria da estatal então decidiu ocultar casos, retirando terceirizados da conta, para maquiar os números e garantir os lucros dos especuladores e acionistas que investem na empresa. Os números cairam pela metade entre os dias 5 e 11 de Maio.

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O mercado financeiro concentrado nas potências imperialistas, em especial na famosa Wall Street americana, se aproveitou da divulgação de que 800 trabalhadores da Petrobrás estavam infectados para avançar com seu plano de ataques e desgaste da estatal brasileira de economia mista.

O grande objetivo do imperialismo americano foi utilizar da situação absurda promovida pela diretoria da Petrobrás que não garante condições de trabalho e proteção à saúde ea vida dos petroleiros para desvalorizar cada vez mais a empresa e assim comprá-la a preço de banana.

A Diretoria da Petrobras, visando proteger o lucro dos investidores e especuladores bilionários que apostam em ações da empresa para multiplicar suas fortunas, decidiu maquiar os números confirmados de casos, como demonstra matéria no site da FUP. Roberto Castello Branco, que preside a estatal, está à mando de Paulo Guedes e seus interesses de ataques aos trabalhadores e de avanço da entrega da maior empresa do brasil ao capital financeiro.

Após a divulgação de estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) divulgado no dia 7 de maio, que mostrou o impacto do alto número de trabalhadores infectados na Petrobrás na queda dos preços das ações da empresa, a diretoria decidiu maquiar os dados.

De acordo com José Maria Rangel, dirigente sindical, a Castello Branco se nega a informar aos sindicatos os números de contamidados e a situação da epidemia na empresa. “Os trabalhadores é que procuraram o sindicato para informar que seus resultados foram positivos”, afirma. “Podemos ter muito mais trabalhadores infectados e infectando outros trabalhadores, do que se pode imaginar”, acrescenta.

Enquanto os trabalhadores denunciam a falta de EPIs como máscaras e testes e o descaso da diretoria com sua saúde e vidas, os casos saltavam qualitativamente entre 23 e 5 de maio (de 258 casos para 806). Castello Branco modificou criminosamente os dados e excluiu os trabalhadores terceirizados da conta, o que reduziu os dados divulgados pela metade. Os petroleiros terceirizados, que cotidianamente sofrem pela precarização do trabalho e ausência de direitos, também são excluídos falsamente da força de trabalho disponível, colocados numa situação ainda mais perigosa frente à epidemia para satisfazer os lucros dos acionistas da Petrobras e agradar a Wall Street.

É mais do que necessário que seja garantindo todos equipamentos de proteção necessários para os trabalhadores da Petrobras, assim como a garantia da proteção de 100% de seus salários e direitos caso decidam se afastar (baseado na cláusula coletiva que afirma que se o trabalhador apresentar sintomas pode se recusar a trabalhar), assim como a proibição de qualquer demissão seja dos efetivos e terceirizados, que já estão com os empregos ameaçados caso se neguem a trabalhar sob as péssimas condições impostas pela empresa.

A escandalosa decisão da Petrobras de esconderem o número de terceirizados contaminados pelo COVID-19, para além de negligenciarem os cuidados necessários não só aos efetivos como também aos terceirizados, mostra a necessidade da organização de comitês de higiene, com membros eleitos democraticamente por unidades para decidirem o funcionamento em cada unidade e liberar todos e todas trabalhadoras que fazem parte dos grupos de risco.

A omissão do número de casos contaminação para agradar investidores imita o que Bolsonaro faz nacionalmente ligando só para os lucros frente à pandemia lambendo as botas de tudo que Trump faz. O presidente da Petrobras, à mando de Guedes e Bolsonaro, deseja proteger os lucros dos investidores bilionários da Petrobras pagando-os com mais risco de contaminação dos petroleiros.

A única forma de colocar a vida dos trabalhadores, efetivos e terceirizados ,em primeiro plano é acabar com o poder absoluto destes acionistas e especuladores é através da estatização da Petrobras sob controle dos petroleiros e não de reacionários bolsonaristas como Castello Branco. Da mesma forma, para que as riquezas produzidas pela maior empresa do Brasil sirvam para o combate do coronavírus e não ameaçadas e atacadas por especuladores imperialistas da Wall Street, a estatização com sua organização produtiva na mão dos petroleiros é o único caminho consequente contra a precarização do trabalho e a privatização

 
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