O decreto assinado ontem (15) pelo prefeito do PSDB, Iranil de Lima Soares, do município de Ladário, no Mato Grosso do Sul é mais uma aberração a somar-se ao negacionismo e obscurantismo levado a frente pelo governo Bolsonaro e que já causou a morte de quase 15 mil pessoas pelo Brasil, isso sem contar a enorme subnotificação das mortes que não foram contabilizadas pela ausência de testes.
O documento indica que se façam orações por um periodo de 21 dias de 18 de maio a 07 de junho, além de um dia de jejum no periodo determinado, “invocando o nome do Senhor” para vencer a pandemia.
Segundo a secretaria estadual de Saúde, Ladário tem 5 casos confirmados de covid-19 e a cidade vizinha, Corumbá, 6 casos.
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O decreto do prefeito e pastor do PSDB se apoia no clima político criado por Bolsonaro que mesmo em meio a pandemia, como foi no caso em que acusou a OMS de incentivo a homossexualidade infantil, segue fortalecendo seu discurso reacionário de extrema-direita, apoiado nos setores evangélicos fundamentalistas, aprofundando a relação entre Estado e as igrejas para seguir atacando direitos elementares das mulheres e LGBT. Enquanto isso a morte de milhares de pessoas pelo país segue em crescimento exponencial, diante do negacionismo de Bolsonaro que está mais preocupado com o lucro dos empresários do que com nossas vidas.
Não podemos deixar de mostrar também como os correligionários do partido do prefeito de ladário, como Doria em São Paulo e Leite no Rio Grande do Sul, ambos do PSDB, tampouco são alternativas durante a pandemia. Não garantem o mínimo que seriam testes massivos para toda a população para que se pudesse fazer uma quarentena racional, não garantem leitos e respiradores suficientes para a população, em um momento que estamos em franca ascensão do número de casos.
Quando o assunto é atacar os trabalhadores e garantir o lucro dos capitalistas tanto Bolsonaro e os militares, como os governadores, congresso e STF estão unificados. Por isso é necessário lutar por um pólo de independência de classe levantando o Fora Bolsonaro, Mourão e o militares. Uma alternativa que impulsione através de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana também um programa de emergência para a crise sanitária e econômica, em que os trabalhadores dos serviços essenciais tenham garantido o acesso a EPI’s, leitos e a realização de testes massivos para orientar as quarentenas, por um sistema único de saúde sob controle dos trabalhadores; pela liberação remunerada dos trabalhadores das atividades não essenciais, a proibição das demissões; e um auxílio emergencial de R$ 2 mil, além da reconversão industrial daqueles setores que nesse momento poderiam estar produzindo insumos e equipamentos para salvar vidas. Por um programa dos trabalhadores, em que não sejamos nós a pagar com nossas vidas pela crise.
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