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Classe trabalhadora
No dia da Enfermagem, a luta histórica das enfermeiras pela jornada de 30h ainda é atual
Redação

São enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicos e o conjunto dos profissionais da saúde que estão bancando o enfrentamento não somente com o vírus, no epicentro da crise, como também com governos reacionários como o de Bolsonaro. Por isso, neste Dia Internacional da Enfermagem, retomamos aqui a histórica luta desse setor pela jornada de 30h, que se faz mais atual diante da pandemia.

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Em meio à pandemia, vítimas da política negacionista desastrosa de Bolsonaro e seus ministros, mas também dos governadores e do conjunto do regime político, os trabalhadores da saúde no Brasil já superaram os Estados Unidos em número de mortes, além da Itália e Estado Espanhol juntos. São enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicos e o conjunto dos profissionais da saúde que estão bancando o enfrentamento não somente com o vírus, no epicentro da crise, como também com os governos. Por isso, neste Dia Internacional da Enfermagem, retomamos aqui a histórica luta desse setor pela jornada de 30h, que se faz mais atual diante da pandemia.

A pauta da jornada de 30h para o setor da enfermagem já possui décadas, sendo uma demanda histórica dessas trabalhadoras. Há mais de 55 anos, enfermeiras e enfermeiros têm se organizado e lutado por essa demanda e, há 20 anos, um projeto de lei que regulamentaria essa jornada tramita sem ser aprovado.

Se, em alguns hospitais, como o HU da USP, com a luta dos trabalhadores, essa demanda foi arrancada em 1988, em várias cidades e estados, enfermeiros têm jornadas de até 44 horas semanais, sendo que compõem mais de 60% dos profissionais da saúde. Somente a Ásia e a América Latina resistem em jornadas superiores a 40 horas semanais e um enfermeiro norte-americano chega a ganhar 7 vezes mais do que nesses continentes.

Na pandemia, todas essas contradições se agudizam. Somando a falta de EPIs e testes para os profissionais de saúde e até mesmo não liberação dos grupos de risco, são esses trabalhadores que estão colocando seu corpo na linha de frente, morrendo, correndo o risco de contaminar suas famílias e sobrecarregados. São uma das profissões que mais sofre com LER/DOT e transtornos psicológicos. As longas jornadas, em um trabalho marcado pela tensão e combinado a uma alta exposição a doenças, contribuem para enfraquecer o sistema imunológico e expor ainda mais ao vírus. Também abrem espaço a maiores erros e riscos, aos trabalhadores e aos pacientes, devido à exaustão. No caso das mulheres, que são a cara da enfermagem, jornadas exaustivas se combinam à jornada doméstica.

Assim, os governos, que vieram precarizando os sistemas de saúde e não dão nenhuma saída para os trabalhadores e o povo pobre à crise atual, fecham os olhos a essa demanda elementar, apesar de a jornada de 30 horas ser recomendação até mesmo da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Mesmo em um país marcado por milhões de desempregados, desesperados nessa crise, recusam-se a contratar emergencialmente para atender melhor a população e preservar os trabalhadores da saúde, e seguem precarizando e sobrecarregando as enfermeiras.

Contra isso, devemos fortalecer a luta da linha de frente, que tem cara negra e feminina, para enfrentar essa crise. Hoje, mais uma vez, trabalhadores do Hospital Universitário dão exemplo de organização nesta pandemia. As demandas da enfermagem e dos enfermeiros devem ser cada vez mais tomadas pelo conjunto da classe trabalhadora.

 
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