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POLÍTICA
Fascistas se organizam em Brasília com a salvaguarda de Bolsonaro e dos militares
Redação
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Em plena luz do dia, um acampamento fascista com o aval de Bolsonaro e a salvaguarda dos militares foi montado em Brasília, próximo ao Supremo Tribunal Federal. Os fascistas, liderados pela reacionária Sara Winter, por Marcelo Stachin - um dos líderes da formação do Aliança pelo Brasil de Bolsonaro - e por outros milicianos responsáveis por convocar mais uma manifestação em defesa de um golpe militar fascista com o objetivo de fechar o Congresso e o STF, mantendo Bolsonaro no poder.

As duas principais ações do acampamento, até agora, deixaram bem claro a essência anti-operária do "movimento", em dois episódios que retratamos do Esquerda Diário: a agressão à enfermeira durante manifestação dos profissionais de Saúde, e a agressão ao jornalista empurrado de cima de uma escada durante uma das manifestações golpistas ocorridas em Brasília no dia 3 de maio.

Em grupos nas redes, o grupo anuncia treinamento paramilitar para os apoiadores que se achegam ao acampamento, afirmando “Lembre-se, você NÃO É MAIS UM MILITANTE, VOCÊ É UM MILITAR, um militar com uma farda verde e amarela, pronto para dar a vida pela sua nação”.

O objetivo dos fascistas é simples: proteger Bolsonaro de qualquer possível ameaça advinda da possibilidade de impeachment, que, segundo Rodrigo Maia é uma hipotese afastada no Congresso. Ao mesmo tempo, os fascistas atuam para tentar constranger os outros membros da fração golpista, em especial o Supremo Tribunal Federal que tem atuado cada vez mais como árbitro da situação nacional, tentando botar alguns limites na política de Bolsonaro transferindo mais poderes aos militares do governo, tentando criar estabilidade no regime durante a pandemia temendo um cenário em que o questionamento a Bolsonaro se eleve ao questionamento das instituições do regime capitalista.

Os fascistas, por sua vez, não tem compromisso nenhum com estas instituições, atuam para transformar o ódio à estas instituições na defesa do endurecimento do regime através de um golpe militar apoiado pelos fascistas que instale um Bonapartismo aberto com Bolsonaro na dianteira. O chamado de Bolsonaro para o Aliança pelo Brasil foi atendido, quem apareceu, além de empresários reacionários, foram grupos dispersos de extrema direita, fascistas que se aproveitam da situação nacional para tentar um pontapé em sua organização, aproveitando-se da imobilidade das organizações sindicais e de esquerda durante a pandemia.

Estes grupos estão contando com o beneplácito, com a salvaguarda, dos militares do governo Bolsonaro. Enquanto que contra manifestações da Esquerda, governos anteriores acionaram espiões da Abin, do serviço militar e das polícias, em operações para encarcerar movimentos sociais como no caso dos 23 presos políticos de junho de 2013 no Rio ou os presos em São Paulo nas manifestações contra o aumento da passagem, no caso dos fascistas o regime brasileiro pos-golpe institucional acolhe-os debaixo das asas. Celso de Mello não acolheu pedido para proibição dos atos que ocorrerão hoje em Brasília organizados pelos fascistas - posição muito diferente da adotada quando Temer lançou as Garantias de Lei e Ordem durante as manifestações pelo Fora Temer contra a reforma da previdência em Brasília, na qual deram salvaguarda para reprimir.

Estes fatos mostram que o atual regime golpista é incapaz de garantir mínimos direitos democráticos, ao permitir a organização de grupos paramilitares e proibir greves de trabalhadores por serem considerados "essenciais" pelo presidente. Mais uma mostra do que os comunistas sempre disseram sobre o regime democrático burguês: é uma ditadura do capital mascarada.

Os militares, por sua vez, repudiaram as agressões contra jornalistas. Mas repudiam os grupos fascistas que vestem as cores camufladas do exército? Deveria-se esperar alguma coisa da ala militar influenciada ou talvez dirigida diretamente por Villas Bôas, defensor do golpe militar que recentemente elogiou a grotesca entrevista de Regina Duarte fazendo piada com mortos e torturados da ditadura? Mourão, que em 2015 conclamou o motim no exército, clamando pelo "despertar patriótico" contra Dilma Rousef, e que repetiu o feito contra Temer sendo obrigado a vestir o pijama em 2016? Seria Toffoli, que se refere ao golpe militar de 64 como um "movimento, aquele que atuaria através do STF para garantir uma "normalidade democrática" que nunca existiu para os trabalhadores exceto nas falsas promessas de dirigentes reformistas como Lula e outros?

Se a tática atual dos fascistas hoje é mais imediata em defesa de seu presidente, visando também atrair seguidores tanto para o Aliança pelo Brasil quando para suas próprias tropas, ela é ao mesmo tempo preparatória, recrutando milicianos bem debaixo dos olhos das instituições do regime pós-golpe de 2016. O combate à esta ameaça não pode estar dissociado da independência de classe frente ao STF e ao Congresso, que no fundo alentam estes grupos na esperança que um dia possam fazer o trabalho sujo de atacar às organizações operárias à mando da burguesia escravocrata capitalista do Brasil. Só mesmo com uma frente única dos trabalhadores e com a defesa dos instrumentos de democracia dos trabalhadores é possível desmontar estes bandos, que hoje são pequenos mas que estão se organizando.

 
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