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GÓIAS
Caiado afrouxa isolamento atendendo empresas e igrejas, mas sem testes para os trabalhadores
Rosa Linh
Estudante de Relações Internacionais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Lucas S do Comitê Esquerda Diário DF/GO
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O estado de Goiás possui uma das menores taxas de infecção pelo novo Covid-19 do Brasil, tendo "apenas" 403 casos e 19 óbitos, segundo dados oficiais do Ministério da saúde desta segunda feira (20/04/2020). Porém, essa situação só se expressa na medida em que faltam testes para a população, fazendo o povo arcar com a subnotificação de casos e mortes. Tudo fica pior diante do decreto do excelentíssimo Ronaldo Caiado. Avistando uma possível perda de popularidade entre sua base eleitoral, sobretudo na classe média do comércio e serviços das principais cidades do estado, na segunda-feira dia 20, foi anunciado um novo decreto que flexibiliza a quarentena, permitindo desde atividades religiosas a salões de beleza, deixando a cargo das prefeituras a abertura ou não de alguns setores.

Diante de uma situação de crise estatal, Caiado tenta se destacar de seu velho aliado político para “surfar” na onda de polarização contra Bolsonaro. O governador se utiliza da revolta popular contra o governo federal ao seu favor, mesmo sendo um dos braços direitos da extrema direita no estado. Deste modo, além de manter a imagem de “alternativa a Bolsonaro”, o governador também agrada aos reacionários que pedem a volta à vida cotidiana sem nenhum cuidado adicional, fazendo uma excelente politicagem e preparando seu caminho para as próximas eleições.

A realidade por trás dos dados do governo é que a letalidade do vírus já passa de 4,7% e mais 5,4% estão internados. O número de casos suspeitos já passa de 7 mil, sendo que mais de 60 estão em internação - ao menos é o que mostram os “dados oficiais”. A questão é que, não existem testes gratuitos e para toda população goiana, principalmente a de baixa renda e trabalhadora - muito menos para os profissionais da saúde, os quais lutam dia após dia na linha de frente do combate ao vírus. Em pleno estágio inicial da pandemia, o estado já possui 91% dos leitos ocupados, segundo levantamento realizado pelo jornal Mais Goiás no dia 17/04/2020. Das 371 vagas de UTI prometidas, apenas 9% foram entregues (34), segundo levantamento realizado pelo jornal Opopular no dia 16/04/2020. Com uma taxa de ocupação dos leitos de UTI tão alta, infelizmente, além dos portadores do novo coronavírus, pacientes que padecem de AVC, infarto ou males similares, também podem ficar sem o tratamento necessário para sua recuperação, pagando o preço pelo sucateamento que a saúde goiana vem sofrendo desde antes mesmo da gestão Perillo.

Este problema crônico da saúde estadual só possui uma cura: a organização da classe trabalhadora, desde a base, desde seus locais de trabalho, de modo a conduzir a saúde pelo controle das atividades e decisões em suas mãos. A partir do controle da produção e dos serviços pelas trabalhadoras e trabalhadores, políticas como a testagem em massa poderiam ser aplicadas, isolando somente os contaminados e permitindo uma quarentena racional. Por isso, é fundamental não depositar nenhuma confiança, seja em Caiado, seja em Bolsonaro - a única alternativa racional para solucionar a crise sanitária, econômica e social é impor, pela luta, uma Assembleia Constituinte livre e soberana. Se a classe trabalhadora tudo produz, a ela tudo pertence - e que deixe ela decidir os rumos do Goiás e do país!

 
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