Nesta terça-feira (21), foi realizada testagens em postos montados para testagens em massa do coronavírus no Distrito Federal. A espera chegava a ser de uma hora, em filas de carros, pois as testagens se davam como um drive-thru. Embora seja uma iniciativa de testagem em massa, solução necessária para o controle eficaz da pandemia, ainda passa longe do necessário para o que deveria ser a testagem afim de ter um controle do vírus no país. A forma como se organiza as testagens no local, mais uma vez, demonstra a dificuldade de acesso e o descaso com a população mais pobre, privilegiando as pessoas que possuem carros. A quem não possuem carro, resta sair a pé pela cidade, caso deseje ser testado, correndo o risco de contraírem o vírus pelo caminho. Para quem mora longe da região, precisa, ainda por cima, viajar até a localidade, aumentando o risco.
Enquanto isso, o ocorre cada vez mais baixas de profissionais da saúde por conta do vírus e das condições precárias, sem EPI’s e equipamentos, quando o governo cada vez dá mais as costas para a saúde pública, ora não investindo em testagens massivas pelo país, ora com as declarações esdrúxulas por parte de Bolsonaro e os membros de seu governo buscando minimizar e ridicularizar os impactos e as mortes por conta da doença. Em meio a isso, temos os capitalistas e os empresários que seguem com suas carreatas pela abertura comercial (fazendo-se presente inclusive no entorno do local de testagens), demonstrando claramente seu desprezo pela vida dos trabalhadores, colocando seus lucros acima de tudo. Não por acaso, o discurso do presidente tem consonância com esse setor, pois desde o princípio a política neoliberal de extrema direita de Bolsonaro visa esmagar os trabalhadores em favor do empresariado. A crise da pandemia foi o fator que mais trouxe isso à tona.
O reflexo da desigualdade e dos privilégios se expressa até mesmo nas iniciativas de controle da pandemia, que se fazem de maneira a preservar quem tem mais condições financeiras e arrisca a vida de quem não tem. Logo, ainda se faz distante as medidas necessárias para controle da crise de saúde, algo que somente o povo trabalhador organizado no controle da sociedade poderá demandar e dar a saída, pois a saída dos capitalistas é a de mais desigualdade e descaso com a vida do povo trabalhador, o que não representa, de fato, uma saída para a crise.
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