Vídeo divulgado nas redes sociais mostra ala de UTI do hospital João Lúcio da Zona Leste de Manaus, capital do Amazonas, empilhando corpos nas macas ao lado de pacientes internados. O hospital é o único do estado que possui leitos de UTI, que já conta com 95% dos seus leitos ocupados, o que configura em um colapso do seu sistema de saúde.
Um vídeo gráfico do descanso com a vida da população, que até agora não viu nenhuma medida contundente para responder à pandemia, e agora não consegue sequer enterrar seus mortos, com cenas que fazem crer que podemos chegar a uma situação semelhante à trágica situação em Guayaquil no Equador, empilhando corpos nos hospitais, nas ruas, nas casas.
O Amazonas possui registradas (em um país onde a subnotificação é uma das mais elevadas do mundo) 161 mortes por coronavírus segundo boletim desse sábado (18), que crescem a cada dia, com cerca de 16 mortos em apenas 24h e cuja taxa de letalidade chega a 8,4%.
Uma situação que já poderia ter sido antecipada pelos governos, que assistiram o sistema de saúde contar com apenas um hospital com UTI e uma série de outras limitações, agindo com medidas parciais apenas quando a situação já beirava o colapso.
Essa semana passaram a funcionar no estado um hospital de campanha no interior com 71 leitos clínicos e um novo hospital com 82 vagas. A tendência é que esses novos leitos fiquem defasados em pouco tempo, frente a uma epidemia que apenas começou a avançar para o auge do seu contágio.
A política do governador Wilson Lima (PSC), junto a do governo Bolsonaro, é de oferecer uma aspirina para o estado frente a catástrofe que se aproxima dia a dia. Sistemas de saúde vão colapsando, como já ocorreu no Amazonas, Ceará, e em São Paulo uma dezena de hospitais não tem mais leitos de UTI disponíveis.
O governo Bolsonaro, que apesar das diferenças com Maia, atua junto com o Congresso para salvar os lucros capitalistas, destinando, por exemplo R$ 1,2 trilhão à “liquidez” dos bancos, isenta os patrões de arcarem com os salários dos trabalhadores com a MP da Morte (rebaixando em até 70% desses salários). Quantos leitos de UTI poderiam estar sendo construídos pelo país com esses recursos? Quantos respiradores teríamos a mais se taxássemos os lucros exorbitantes da burguesia latifundiária, do agronegócio, que segue lucrando como nunca em meio a pandemia?
Se faltam leitos públicos, por que o governo ainda não unificou os leitos públicos e privados, rompendo a cadeia de lucros com a saúde e a da vida da população? Se os empresários e os governos não estão dispostos a resolver o problema da pandemia, que os trabalhadores assumam o controle do sistema de saúde e da produção, para garantir o atendimento e equipamentos necessários para travar essa guerra.