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CORONAVÍRUS | ROCINHA
Com 35 casos na Rocinha, COVID-19 avança para momento crítico
Redação

Nesta semana, a taxa de contaminação na favela da Rocinha, Rio de Janeiro, chega a 467%, escancarando a criminosa situação que os governadores e prefeitos colocam aos moradores da favelas.

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A situação das favelas no Brasil frente a pandemia do coronavírus é revoltosa. Só nesta última semana, a taxa de contaminação do vírus cresceu em 467% na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, passando de 6 contaminados para 35 – lembrando da altíssima subnotificação que há com a falta de testes massivos. Como dito por um dos moradores da favela, Leandro Castro, assistente social em entrevista com o G1: ”Os próximos dias serão bem difíceis para as favelas”. E mesmo com essa imensa crescimento da taxa de contágio, como dito por Leandro, as unidades de saúde do bairro não fazem testes para a COVID-19 nos moradores.

Um grande absurdo que tem ocorrido na Rocinha, como foi falado outro entrevistas, Denis Neves, designer e também morador, é que a UPA do bairro está a realizar a triagem no lado de fora do posto de atendimento. E Denis ainda acrescenta: “As pessoas que estão com quadro forte dos sintomas estão sendo transferidas para outros hospitais”.

Esgotos a céu aberto, vielas estreitas, janelas com janelas, alta densidade populacional (a favela da Rocinha possui 69,1 mil habitantes), auto fluxo de pessoas nas ruas – já que muitos são impossibilitados de fazer quarentena as custas de ser demitidos ou morrer de fome -, precariedade de acesso a unidades de saúdes, casa que impossibilitam o 1 metro de distância entre os moradores e um grande foco de tuberculose. Esse são alguns dos problemas estruturais que as favelas de todo país e inclusive a Rocinha tem, produtos da história da urbanização excludente do país, em meio ao desenvolvimento de nosso capitalismo selvagem, de base racista e escravocrata. Tais problemas fazem das favelas bombas relógios, que colocam seus moradores, majoritariamente trabalhadores negros com os priores postos de trabalho, em risco enorme frente à crise sanitária.

Frente a esses problemas a muito tempo existentes, algumas das medidas anunciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro – orientação do cumprimento do isolamento social e que moradores em casas com apenas um cômodo fiquei 1 metro de distância uns dos outros, disparo de sirenes da Defesa Civil municipal nas comunidades para alertar a população sobre os riscos do novo coronavírus e também para informar os idosos sobre as vagas em hotéis – chegam a quase ser piadas de mal gosto.

O abandono das comunidades pela prefeitura e governo é tanto que, por conta própria, coletivos sociais da Rocinha começaram a realizar estudos sobre a existência de estruturas para a instalação de uma unidade de testes e diagnósticos no bairro. Diz Leandro “ A gente tem espaço para fazer isso, como no centro esportivo, quadra de escola de samba. Sem dúvidas, isso seria uma medida concreta que faria a gente seguir nessa luta de combate da Covid-19 na favela”.

Se faz urgente a além da urgente instalação de unidades de diagnóstico e testagem nas favelas, também a expropriação de hotéis, clubes e SPAs para que os moradores das favelas possam escolher em ter uma quarentena digna frente a pandemia, a reconversão das industrias para produção de álcool e gel (agora produto de luxo), equipamentos médicos para UTIs, como por exemplo os respiradores, que tanto faltam no país e EPIs para que as pessoas possam tanto trabalhar e ter onde serem atendidas quando acamadas. Claramente todo esse processo e a sua controle deve se encontrar nas mão da população – que são pacientes -, quanto pelos trabalhadores, tanto da saúde quanto dos próprios locais de trabalho, pois não há como confiar na gestão de governadores como Witzel e Dória, que fazem um demagógica quarentena, para se diferenciar de Bolsonaro, sem dar as necessárias condições para que ela ocorra racionalmente e para que aqueles que adoecerem não tenham onde se tratar.

 
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