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INTERNACIONAL
Presidiários dos EUA protestam contra condições mortais durante pandemia
Nina DeMeo

Presidiários e apoiadores realizaram manifestações em todo os Estados Unidos para protestar contra condições insalubres e superlotações nas prisões que contribuem para a disseminação da COVID-19. Os protestos estão exigindo EPIs, materiais de limpeza e liberação de populações vulneráveis nas prisões. É fundamental, como socialistas e ativistas de movimentos sociais, manifestarmos apoio a essas ações e denunciarmos a todo momento a exploração de pessoas presas.

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Na quarta-feira, 08 de abril, eclodiu uma revolta de presidiários em uma penitenciária do Estado de Washington, na cidade de Monroe. Mais de 100 prisioneiros participaram do protesto após um anúncio do Departamento de Correções de Washington (Whashington Department of Corrections) de que 6 detentos haviam testado positivo para a COVID-19. A manifestação ocorreu contra as condições do presídio, onde os reclusos dormem amontoados em celas lotadas e compartilham muitas áreas comuns que não são corretamente higienizadas. Essas são as condições propicias para uma doença altamente contagiosa como a COVID-19 se espalhar rapidamente. Por manifestarem-se contra esse risco imanente para suas vidas, os prisioneiros foram recebidos com spray de pimenta e explosivos “sting-ball”, que liberam luz, ruído e bolas de borracha. Além dos presos, cinco funcionários do Complexo Correcional de Monroe também deram positivo para a COVID-19, exacerbando ainda mais a crise dentro da prisão.

Essa ação acontece na sequência de uma série de levantes em prisões em todo os Estados Unidos em protesto contra as ações mínimas e negligentes frente aos surtos de coronavírus em várias instalações prisionais. Pessoas encarceradas correm alto risco de contrair o vírus devido a superlotação e as más condições sanitárias nas prisões; o que é agravado pela ausência de desinfetante, sabão, ou até mesmo, pias em funcionamento e chuveiros regulares. Pessoas presas em Rikers Island, no Kansas e na cidade de Nova York, em uma das cadeias mais notórias e infames dos Estados Unidos, vêm realizando levantes e protestos exigindo acesso a equipamentos de proteção pessoal e suprimentos de limpeza. Também, os imigrantes mantidos em centros de detenção começaram a realizar greves e protestos contra a fome e contra condições semelhantes de superlotação e precariedade que estão submetidos.

Com mortes de presos já reportadas em Louisiana e Illinois, os prisioneiros encontram-se aterrorizados e indignados com as condições já desumanas dessas instalações, que se tornam cada vez mais mortais na medida em que o coronavirus se alastra causando estragos por todo território dos Estados Unidos. A Cadeia de Cook County, em Chicago, Illinois, é a maior fonte conhecida de casos de COVID-19 no país.

Existiu um forte movimento anti-prisional no país com o objetivo de pressionar os governos a liberar as populações mais vulneráveis à contaminação do vírus. Protestos e carreatas ocorreram em cidades como Chicago, São Francisco e Newark e um movimento #FreeThemAll surgiu na cidade de Nova York.

O sistema prisional dos Estados Unidos é uma ferramenta racista e de classe que está condenando ativamente milhares de pessoas a morte durante essa pandemia. As medidas tomadas para aqueles que não são encarcerados como o distanciamento social e quarentena, evidentemente não são possíveis nas prisões. As prisões, agora mais do que nunca, são armadilhas mortais para todos os presos.

 
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