Circulou pela internet a noticia falsa que o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) Guaianazes, localizado na Zona Leste, estaria entregando cestas básicas. A notícia mobilizou centenas de pessoas, fazendo com que algumas fossem até o local, inclusive contrariando a quarentena que está em vigor no Estado de São Paulo. A repercussão foi tão grande que o Prefeito da Cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) precisou se pronunciar em nota oficial informando que nenhuma das unidades assistenciais da prefeitura fazem entrega de donativos.
Não é a primeira vez que notícias falsas circulam nas redes, em tempos de fake news, está cada vez mais natural que cheguem pelas mídias sociais, diversas informações falsas. Contudo, a proporção desta notícia, está diretamente ligada a situação alarmante que os trabalhadores informais e desempregados estão enfrentando durante essa pandemia. Com as escolas e comércios fechados e a diminuição da circulação das pessoas tem afetado a garantia de renda de uma parcela importante da população, que tem buscado meios para que suas famílias não passem fome. Sabe-se que a situação desses setores da população já eram escandalosas antes do Coronavírus, mas com o decreto da quarentena, até mesmo a alimentação já precária, passa a ser afetada, inclusive das crianças, que muitas vezes, contam apenas com a alimentação escolar como refeição do dia.
Esse desespero das famílias em manterem sua subsistência escancara o descaso dos governos. Em São Paulo, o Governador Dória (PSDB), aparece muito preocupado com a Pandemia do COVID-19, mas não garante meios para a população mais pobre se alimentar. A proposta feita pelo Governador para garantir a alimentação de crianças é um auxílio financeiro mensal de R$55,00 por aluno, segundo o próprio esta seria uma medida para suprir a falta da merenda escolar. Ou seja, o Estado de São Paulo, vai gastar menos de R$2,00 por dia para a alimentação das crianças em extrema pobreza.
A proposta do Governo federal, também não é muito diferente, a proposta emergencial para as famílias de baixa renda que pode até R$1.500,00, por família, além de ser insuficiente, sequer foi sancionado por Jair Bolsonaro. Isso demonstra, que apesar de parecerem estar em lados opostos, Dória e Bolsonaro, tem a mesma posição quando se trata dos trabalhadores e setores em vulnerabilidade social do país, deixá-los à própria sorte.
Por isso, nós do Esquerda Diário defendemos que os governos, que não medem esforços, e dinheiro, para ajudar os empresários e os bancos, precisam se responsabilizar com a subsistências de milhares de familiares que não conseguiram se manter enquanto a pandemia durar. Que seja um valor que possa responder minimamente à uma família, por isso defendemos uma de renda básica de R$2.000 por pessoa, assim como outras medidas para diminuir o custo de vida. Como a suspensão da cobrança das contas de luz, água, gás e telefone durante esse período de calamidade pública e o congelamento dos preços dos alimentos e produtos essenciais. E para garantir essas e outras demandas essenciais para a manutenção da vida e dos empregos, é necessário atacar os interesses e os lucros dos capitalistas, através da taxação progressiva de suas grandes fortunas, assim como precisamos lutar pela revogação do teto de gastos da saúde e educação e pelo não pagamento da dívida pública.
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