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GOVERNO BOLSONARO E O CORONAVÍRUS
Sem testes para população, governo põe IBGE para “contabilizar” COVID-19 por telefone
Fernando Pardal

Com dados sendo ocultados por governos e centenas de mortos por COVID-19 sem diagnóstico, governo quer aferir número de contaminados por entrevista feita pelo telefone por pesquisadores do IBGE.

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Com o acirramento da pandemia de Coronavírus no Brasil, temos visto as consequências concretas da falta de testes massivos para a população. Desde casos criminosos de governos mandando ocultar dados sobre a doença até as absurdas mortes de centenas de pessoas contaminadas morrendo sem receberem os diagnósticos.

Governos fazem promessas vazias, mas os testes não aparecem. Agora, o governo Bolsonaro está tomando uma medida absurda: colocar o IBGE para fazer a aferição do número de contaminados por amostragem domiciliar. O primeiro plano do órgão era fazer testes em apenas algumas casas, calculando estatisticamente a partir destas qual seria o número real de contaminados em todo o país. Contudo, a revolta causada nos próprios servidores do órgão, que se recusaram a se prestar a esse papel de fazer testes – para os quais, diga-se de passagem, não tiveram nenhum treinamento, o que poderia comprometer o resultado dos testes, como discutimos aqui.

Assim, o “plano B” será colocado em prática, com um estudo de painel longitudinal representativo da população brasileira, mas sem os testes. Ou seja, os pesquisadores irão acompanhar ao longo de três meses as mesmas pessoas, entrevistando-as para perguntar a respeito dos sintomas da COVID-19, e com base nisso se fará uma estimativa do número de contaminados em todo o país.

É escandaloso: os governos se recusam a garantir testes massivos, que seria a medida mais elementar para conseguir traçar qualquer plano de combate sério à doença, e no lugar disso querem fazer estatísticas por telefone, sem prestar qualquer auxílio para as pessoas contaminadas, nem sequer oferecer testes a elas.

Isso sem falar que os métodos dessa pesquisa serão, no mínimo, duvidosos. Para além de que exigiria o envolvimento e a elaboração do estudo por epidemiologistas e cientistas - não sendo uma mera questão de cálculo estatístico o comportamento do vírus - a forma de questionamento (por exemplo, perguntar por meio de uma lista de sintomas "sim" ou "não") induziria a um viés que acarreta em uma distorção dos resultados.

O que Bolsonaro e os demais governantes estão decretando é que morramos aos milhares sem nenhum tipo de assistência por parte do Estado, mas como consolo eles nos darão uma estatística de nossas mortes.

É fundamental a quebra das patentes dos testes e a estatização dos laboratórios sob controle dos trabalhadores para podermos garantir testes de qualidade, baratos e massivos, dando assim a dimensão real do problema e permitindo que os contaminados sejam enviados a centros humanitários de tratamento que deveriam ser criados a partir do confisco de hotéis, resorts e SPAs.

 
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