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Lula e Doria se alinham contra Bolsonaro, mas nada de testes massivos para conter a Covid-19
Redação

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se uniram no Twitter nesta 5ª feira (2) para defender medidas tomadas para conter a covid-19, entre elas, o uso da policia para invadir fábricas em São Paulo. Nenhum dos dois disse nada sobre as necessidades de testes massivos para a população como vem alertando diversos especialistas.

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Enquanto João Doria (PSDB) um claro inimigo dos trabalhadores se coloca como principal oposição ao governo como parte de sua campanha eleitoral antecipada, através da defesa das quarentenas indiscriminadas, Lula (PT) elogia essa atuação de governadores e prefeituras que seriam supostamente os que fazem "o trabalho mais sério" para deter o vírus sem garantir as testagens massivas da população.

É importante lembrar que Doria que hoje se diz oposição ao governo de Bolsonaro, na campanha eleitoral utilizou o slogan "BolsoDoria" e na semana passada quando foi anunciado a MP da Morte que permitia com que trabalhadores sofressem suspensão de contratos sem garantia a remuneração, o mesmo elogiou a MP demonstrando mais uma vez que seu objetivo é que sejam os trabalhadores a pagarem pela crise. Da mesma forma que no começo do mês passado, atacou brutalmente os professores e servidores estaduais que foram na ALESP para defender seu direito a aposentadoria.

É claro que com as absurdidades das declarações e ações presidenciais, os governadores e prefeituras aparecem de longe como mais sérias e comprometidas com o enfrentamento da doença, mas isso somente visto de longe. Se olharmos com atenção, e sem parâmetros tão surreais como a comparação com a extrema direita apoiada por empresários sedentos por lucros e setores amplos precarizados que dependem do comércio para sua subsistência, veremos que medidas elementares não estão sendo realizadas.

Por exemplo, o complexo hoteleiro, moradias e imóveis ociosos, deveriam ser imediatamente destinado para abrigar aqueles que estão contaminados, sejam assintomáticos ou com sintomas leves, sendo assistidos por especialistas e nutricionistas. Para isso, contratação massiva de profissionais da saúde. Os setores industriais, com capacidade para produzir os equipamentos de UTI (como respiradores) ou de EPIs, como máscaras e álcool em gel, deveriam ser imediatamente reconvertidos para esse fim, sem qualquer indenização. Também os sistemas de saúde deveriam ser centralizados imediatamente, pondo fim a divisão entre público e privado. A produção e distribuição massiva de alimentos e itens de higiene básicos deveria estar ocorrendo há muito tempo. Articulado com isso, a proibição das demissões, suspensão do pagamento das contas de água, luz e aluguel e o aumento da remuneração do auxílio emergência para que a população trabalhadora não morra de fome.

Até onde vai a unidade da Oposição a Bolsonaro que propõem Lula e o PT que se alinha com o reacionário João Doria que não garante medidas elementares como os testes massivos, a ampliação efetiva dos leitos e UTIs e a centralização da saúde pública e privada para atender as necessidades da população?

Infelizmente, essa nova declaração de Lula não é uma novidade. É na verdade, uma continuidade da política do PT. Como bem abordou Danilo Magrão em seu artigo publicado na semana passada:

Essa linha vociferada por Lula, é a mesma que vem sendo levado à cabo por todo o PT. A CUT e as centrais sindicais emitiram uma nota onde pedem que “o Congresso assuma o protagonismo”, propondo uma articulação “com o Congresso Nacional e todos os governadores, independentemente da filiação política e ideológica”. O mesmo congresso que eles reconhecem ser o mais conservador dos últimos anos. A mesma política podemos encontrar na nota assinada por todos os governadores do Nordeste.

E depois continua:

O PT fecha os olhos para importantes ações operárias que começam a ocorrer em todo o mundo, como nos EUA, Estado Espanhol, França, e a mais contundente delas até agora, a greve geral imposta pelos trabalhadores italianos. Essas ações operárias, que clamam em alto e bom som que "nossas vidas valem mais do que seus lucros" deveria ser ponto de apoio para qualquer saída para crise. Pior ainda, dirigindo a maior parte dos sindicatos pelo país, estão contra alentar que eles ocorram. Enquanto isso, imploram ao Congresso dos golpistas e inimigos dos trabalhadores, artificies e implementadores da reforma da previdência e trabalhista, entre inúmeros outros ataques, que assumam a dianteira diante da crise.

Por estes motivos, os trabalhadores não podem ter nenhuma confiança nos governadores e prefeituras como oposição ao Bolsonaro. Infelizmente, o PT segue este caminho apontado acima, de pedir para que o Congresso Nacional cheio de golpistas e inimigos dos trabalhadores assumam a resposta a crise econômica e a pandemia, deixando milhões de trabalhadores reféns das saídas que nos obrigam a pagar com nossas vidas esta crise que não fomos nós que causamos. 

Para superar estas alternativas pela esquerda, convidamos cada trabalhadora e trabalhador a se somar as iniciativas dos Comitês Virtuais do Esquerda Diário para disseminar as importantes iniciativas de trabalhadores em apontar a possibilidade de que sejam os trabalhadores quem respondam a esta crise, assim como denunciar estas medidas visando minar qualquer ilusão institucional que no fundo irá fazer com que sejamos nós a pagar pela crise. Sejamos milhares de vozes contra Bolsonaro, os militares e os golpistas para enfrentar a pandemia e a crise econômica. Que os capitalistas paguem por elas.

 
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