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CORONAVÍRUS
Teste rápido chinês usado na Espanha deu falso negativo para 70% dos pacientes contaminados
Redação

O governo do Estado Espanhol comprou testes rápidos de fornecedor chinês que não serviram para diagnosticar amplamente a população. Os testes foram anunciados como sendo 80% precisos, mas conseguem aferir apenas 30% dos contaminados. Ou seja, 70% dos testes realizados dão falso negativo. O Ministério da Saúde no Brasil anunciou hoje que chegaram 500 mil testes desse tipo. O próprio ministro da saúde enfatizou na coletiva de hoje (31) que o teste “só serve depois de 7 dias do início dos sintomas”.

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Os testes são considerados de triagem e não de diagnóstico. Sendo necessário que se faça o outro teste para efetuar um diagnóstico definitivo. Mesmo que esses testes tivessem 80% ou 85% de sucesso, 15% de falsos negativos ainda é um grau de imprecisão grande. E 500 mil testes ainda é um número muito aquém do necessário para identificar e prevenir o contágio como fez a Coréia do Sul por exemplo. O ministro Mandetta afirmou, na manhã desta segunda-feira (31), que esses testes servirão para, quando o governo for reabrir o comércio, testar as pessoas que estão voltando ao trabalho e deixou claro que esses testes não são para testar massivamente a população.

As medidas do ministro de Bolsonaro continuam sendo extremamente insignificantes diante do tamanho do problema. A preocupação com os lucros dos empresários continua muito à frente da preocupação em salvar as vidas contra o coronavírus. A própria política de isolamento tem sido ineficiente, já que milhares de trabalhadores seguem trabalhando sem equipamentos de segurança e usando o transporte coletivo extremamente ineficiente no Brasil. Ônibus e trens lotados continuam operando em São Paulo e em todo o país. Para proteger os lucros das companhias os horários não foram ampliados à fim de que as pessoas não façam o percurso até o trabalho com aglomeração, aliás em muitos lugares houve até redução dos horários e itinerários das linhas. Assim o isolamento funciona só para uma classe, sendo totalmente irracional sem que se façam testes massivos. O coronavírus se alastra de forma rápida sem que saibamos onde ele está.

A burguesia brasileira mostra a cada dia que não irá dar uma saída contundente à crise pandêmica. São os trabalhadores que tem em suas mãos os meios de garantir tanto que se evitem milhares de mortes, conseguindo testes rápidos de qualidade e em grande número, quanto o retorno da economia de forma que não sejamos nós a pagar pela crise capitalista. Em entrevista ontem no programa Roda Viva, o Biólogo Átila Iamarino disse que nossas vidas não vão voltar a ser o que eram antes. Nós do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores damos um sentido diferente para essa afirmação: nas mãos da burguesia irão morrer muitas pessoas de COVID-19 sem serem diagnosticadas e nossas vidas vão piorar muito com aumento do autoritarismo e uma crise internacional que já vinha sendo descarregada sobre nossas costas ser ainda mais. Por hora a burguesia cria medidas aparentemente progressistas, como renda básica etc., que embora com o valor insuficiente de 600 reais, demonstra como a classe dominante teme revoltas populares diante da carestia de vida.

Por isso a classe trabalhadora precisa se organizar para que se possa produzir todos os equipamentos necessários como álcool gel, máscaras e até respiradores e ventiladores pulmonares, mesmo contra a vontade dos patrões que querem manter suas fábricas produzindo uma porção de coisas desnecessárias nesse momento. É necessário que os trabalhadores tomem os sindicatos em suas próprias mãos, junto com todos seus recursos financeiros acumulados, inclusive para que os diversos prédios sindicais pelo país a fora estejam a disposição de novos leitos. Isso não partirá das direções sindicais burocratas e traidoras das lutas (a maioria dirigida pelo PT, PcdoB e PDT no país), que nesse momento devem estar bem protegidas e isoladas do coronavírus. Através das milhares de organizações sindicais controladas pelos trabalhadores é possível criar comitês de combate ao coronavírus e também de luta contra todas as políticas neoliberais que avançam e avançarão sobre nossas vidas. Somente com os trabalhadores à frente seria possível estatizar todos os hospitais particulares e colocar todo o sistema de saúde disponível sob controle dos trabalhadores. Um grande movimento nacional destes poderia então exigir com êxito a taxação progressiva das grandes fortunas, bem como o confisco dos bens dos grandes sonegadores. Bilhões de reais estariam assim disponíveis para uma economia movida para proteger as vidas das pessoas e não o lucro dos capitalistas.

 
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