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TESTES MASSIVOS JÁ
O direito à testes massivos pode salvar milhares de vidas
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

Nos últimos dias vêm ocorrendo uma queda de braço entre os poderes. Existe alguma alternativa dentro desta disputa? Entre a polarização das demagogias de salvar “vidas” ou a “economia”, a imensa maioria da população mantém-se desprotegida por medidas determinantes. A testagem massiva é a mais central delas, se mostra internacionalmente como chave, por exemplos como da Coreia do Sul e orientações de especialistas e da OMS, tamanho o efeito que pode ter na contenção da pandemia e, consequentemente, em salvar vidas e a saúde de milhões.

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Nos últimos dias vêm ocorrendo uma queda de braço entre os poderes. Qual postura terá o Estado brasileiro diante da crise aberta com o coronavírus? A polarização, contudo, se dá principalmente em torno de uma medida específica sobre a quarentena, se esta deve ser somente para o grupos de risco ou para setores mais amplos da classe trabalhadora. Porém, nesta disputa aberta entre poderes, em especial entre, de um lado, Bolsonaro, e do outro governadores e Câmara, continua fora de pauta a saúde dos trabalhadores e suas vidas.

Apesar das divergências e dos tapas distribuídos, mantém-se sobretudo a tentativa de, ao mesmo tempo, fazer com que os trabalhadores paguem pela crise e evitar revoltas sociais. Por um lado, assim que divulgada, a MP da Morte - ainda com seu artigo que retirava 4 meses de salários - foi apoiada inteiramente por João Dória. Por outro lado, o presidente da Câmara limitou-se a criticar o mais escandaloso, mas também a considerar a MP insuficiente. A “renda mínima” de 600 reais, aprovada pela Câmara que acrescentou mais 100 reais à proposta do governo de 500 reais.

Contudo, entre a polarização das demagogias de salvar “vidas” ou a “economia”, a imensa maioria da população mantém-se desprotegida por medidas determinantes. A testagem massiva é a mais central delas, se mostra internacionalmente como chave, por exemplos como da Coreia do Sul e orientações de especialistas e da OMS, tamanho o efeito que pode ter na contenção da pandemia e, consequentemente, em salvar vidas e a saúde de milhões.

Mesmo os governadores, que dizem estar colocando as vidas em primeiro plano com suas quarentenas, se negam a adotar esta medida, mesmo afirmando em contraposição a Bolsonaro que seguem as orientações da OMS. Uma mentira.

João Doria se coloca como a grande “voz” da oposição de direita a Bolsonaro, mas no estado mais populoso do país, com centenas de milhares de pessoas vivendo em favelas, com dezenas de milhares sem moradia, graças às altas concentrações de riqueza nas mãos dos capitalistas que nada se importam com a saúde e a vida dos trabalhadores, sua principal medida de isolamento social manterá resultados fúnebres sem a testagem massiva, sem leitos e respiradores para todos os que precisarem. Já que, de acordo com a própria OMS, são os testes que podem mostrar as zonas mais atingidas e como o contágio do vírus evolui pelos territórios. Sem eles, a quarenta se faz no escuro, reduzindo drasticamente sua efetividade, como podemos ver na catástrofe que ocorre na Espanha e Itália, que implementaram a quarentena, mas não os testes massivos nos momentos cruciais.

O governador, além do isolamento, até agora só promete: prometeu a quantidade ínfima de 2 mil testes por dia, ao mesmo tempo que prometeu quantidades insuficientes e leitos hospitalares e respiradores para novas UTIs. Já Bolsonaro, afirmou que a Fiocruz entregaria 5 milhões de testes já no dia 30 de março, e outros 20 milhões estariam a caminho, nem mesmos estas quantidades insuficientes estão garantidas e os prazos se alongam cada vez mais por semanas e meses. E nisso, vidas se vão. A saúde e as vidas da população trabalhadora não pode esperar este tempo.

Os testes massivos fornecem os dados e as amostras necessárias para, como muitos especialistas falam, “o achatamento da curva” de infectados e mortos pelo Covid-19. Contudo, nem o negacionismo de Bolsonaro e seus amigos empresários com sua campanha da morte “O Brasil não pode parar” , nem as quarentenas medievais dos governadores e seus outros amigos capitalistas, que mantém o abandono à própria sorte da população trabalhadora e pobre, apresentam solução que salve as vidas e preserve a saúde dos mais vulneráveis e expostos, no caso os trabalhadores que não podem recorrer ao luxo de isolar-se em mansões e muitas vezes são obrigados a viver em moradias superlotadas, onde chega a faltar água. Ambos pretendem gerenciar as mortes, já que nada fazem para evitar o colapso do SUS previsto pelo ministério da Saúde para Abril. É necessário e possível garantir testes suficientes para conter a pandemia, do mesmo modo que recupera e garantir a máxima estrutura do SUS para combater a pandemia. Mas não serão os capitalistas e seus governos que vão garantir estas medidas essenciais.

Tanto a verba necessária para como as próprias medidas serão arrancadas e não concedidas. Grande parte dela, por enquanto, está sendo direcionada para salvar os bancos e os capitalistas no Brasil e ao redor do mundo. Por isso, é necessário lutar para que sejam os capitalistas milionários que pagam por esta crise; é graças a sistema econômico e sua produção voltada ao lucro destes capitalista que as necessidades e vidas dos que trabalham são secundarizadas e sempre pagam pelos prejuízos. É de sua fortuna acumulada graças ao nosso trabalho da onde pode vir a verba necessário e não das demissões e desemprego em massa, ou do corte de salários e direitos. É necessário taxar as grandes fortunas e bancos, não pagar a dívida pública e fraudulenta que enriquece especuladores e atacar os altos salários dos políticos, juízes e promotores.

Com isso, a testagem massiva e outras medidas podem ser implementadas; milhões de testes devem ser garantidos, com as universidades e pesquisas voltando seu aparato científico e tecnológico para encontrar maneiras de produzir testes de qualidade, em massa e financiados pelo Estado, este deve centralizar e nacionalizar todos o institutos e empresas capazes de produzir os testes para que ocorra a produção industrial em massa destes testes, comprando do exterior caso não tenha capacidade produtiva.

Com estes testes e agora não mais cegos frente ao alcance da pandemia, com toda população podendo ter acesso dos locais com maiores índices de caso, é preciso garantir a produção em massa de respiradores para os milhares leitos de UTI que faltam, para fabricar estas máquinas, o mesmo é preciso fazer que em relação aos testes: nacionalização das empresas capazes de produzir estes equipamentos fundamentais, voltando sua produção para a fabricação rápida e urgente de respiradores. É necessária ainda a construção imediata de hospitais com a contratação de trabalhadores da saúde, garantindo condições de trabalho e proteção.

Nossa saúde vale mais que o lucro deles! Testes massivos já!

 
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