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CORONAVIRUS EM CAMPINA GRANDE
Empresários de Campina Grande exigem reabertura de comércios com carreata no mesmo dia que se confirma primeiro caso de corona vírus na cidade
Kleiton Nogueira
Doutorando em Ciências Sociais (PPGCS-UFCG)

Seguindo o chamado de Bolsonaro, burguesia campinense resolve ir à rua pelo fim da quarentena, mostrando como consideram seus lucros acima da vida.

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Negando a gravidade da crise sanitária no pais, o empresariado da cidade de Campina Grande, na Paraíba, está articulando uma carreata no intuito de pressionar para que o comércio seja liberado a partir da segunda-feira 30 de Março. Será o dia 27 de Março, o mesmo dia que na sua oficial no facebook o Prefeito da cidade Romero Rodrigues (PSD), Bolsonarista, confirmam os primeiros caso de Covid-19 na cidade e faz apelo aos céus, no lugar de informar como a esta preparada tendo 60 UTI para 400 mil habitantes conforme podemos observar:

A carreata ocorrerá no dia 27 de Março com concentração em um dos shoppings e passará por diversas ruas da cidade. De acordo com o portal Paraíba todo o Dia a mesma passou a ser organizada a partir do momento em que o presidente Bolsonaro voltou afirmar que o Covid-19 era uma “gripezinha”.

No seu último pronunciamento em rede nacional, que data do dia 24 de Março, o presidente Jair Bolsonaro, nas trilhas de Trump, só que com uns trilhões de dólares menos para salvar empresas e bancos, endossou posições que vão na contramão de questões sanitárias mínimas defendidas até pela Organização Mundial de Saúde (OMS) Numa postura que desconsidera a vida dos trabalhadores e a maioria da população brasileira o Presidente defende os interesses da patronal para que esta continue lucrando.

O fato é que o presidente Jair Bolsonaro defende com essa posição os interesses dos capitalistas, sacrificando assim, a vida de milhares de trabalhadoras e trabalhadores, uma vez que até o atual momento o governo não vem tomando medidas concretas, como aquelas que já apontamos no Esquerda Diário: testes massivos iniciais, manutenção dos empregos proibindo as demissões; centralização do sistema de saúde e garantindo a ampliação dos leitos; contratação imediata dos profissionais de saúde que estão desempregados e produção em massa de equipamentos de saúde necessários, entre outras.

Desde o momento desse pronunciamento de Bolsonaro circula através do aplicativo Whatsapp o convite para participar de um grupo organizado pelos empresários locais.

A posição do governo nacional é clara, mas nesse contexto as burguesias locais surfam nessa onda anticientífica e anti-sanitária. Numa cidade como Campina Grande, Paraíba, de porte médio (segundo dados do IBGE um total de 404 mil habitantes), esta atitude traz cenários de verdadeira calamidade.

Cabe salientar que o município de Campina Grande, mesmo tendo duas universidades públicas relevantes como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) com elementos críticos e alguns sindicatos classistas e combativos, do ponto de vista histórico e em termos políticos possui um perfil conservador, sendo conhecida durante um bom tempo por ser uma “ilha tucana”, mas que diante do desmoronamento do bloco psdbista com os casos de corrupção de Aécio Neves e o fracasso eleitoral do então candidato Geraldo Alckmin, a não eleição ao Senado de Cassio Cunha Lima e a virada de casaca do atual prefeito da cidade Romero Rodrigues que sendo tucano apoiou a Bolsonaro para depois migrar ao PSD, se constitui numa das pouquíssimas cidades nordestinas em que triunfou o candidato da extrema direita.

Estes empresários expressam essa fração burguesa cega pelo lucro imediato não parece preocupada sequer pela reprodução do capitalismo em geral, que garantiria sua própria existência. Esta atitude empresarial não é nova na cidade, toda greve geral ou mobilização massiva no centro da cidade, ameaçam seus trabalhadores, obrigam a filmar manifestantes e até deixam o que chamam seus “colaboradores” em cárcere privado, mas deve ser repudiada e rejeitada de forma veemente, para eles seu lucro vale mais que nossas vidas, mas isso é inaceitável.

Precisamos colocar toda a cidade ao serviço de resolver a crise sanitária e não em função do lucro dos capitalistas. A burguesia dá cada vez mais mostra de como as vidas dos trabalhadores não lhe importa em nada. Por isso, para solucionar essa crise é necessário um Plano de guerra organizado por operários para combater o coronavírus

 
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