Na Itália, um dos países mais atingidos pela crise do Coronavírus, com 6,077 mortes registradas pela infecção, trabalhadores realizam greves espontâneas a cada hora e preparam greve bancária e metalúrgica para amanhã para defender sua saúde e condições seguras de trabalho
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Foto: trabalhadores de armazéns paralisam suas atividades exigindo condições sanitárias seguras e a paralisação de todas as atividades não essenciais/Fonte: Labor Notes
Na Itália, vários sindicatos anunciam greve geral para amanhã (quarta-feira) se mais setores e indústrias não essenciais não forem fechados, assim como exigência de máscaras, luvas e desinfetantes dos bancários. O sindicato de base USB a convocou, mas começam a se somar FIOM, FIM e UILM, os três maiores sindicatos da metalurgia na Lombardia, região mais atingida.
A Secretaria do CISL, segundo maior sindicato da Itália, Annamaria Furlan, declarou em uma entrevista: “Hoje eu espero rigor e seriedade do governo. Nós temos empresas que fizeram esforços para se organizarem, mas também temos muitas que não o fizeram, as vezes por impossibilidade. Quase oito milhões de pessoas vão ao trabalho e pegam ônibus, trem, metrô. Se queremos salvar vidas bloqueando a infecção, o que não é indispensável precisa ser fechado. Se não, vamos seguir vendo trabalhadores morrendo pelo coronavírus todos os dias. Se hoje na reunião com o governo não nos derem respostas, nós vamos decidir agir, mas para além das nossas decisões, em todo caso, greves espontâneas acontecem a cada hora”.
Enquanto os governos buscam garantir os lucros dos bancos e empresários de diferentes formas, fazendo malabares com sistemas sanitários decadentes resultantes dos cortes pós crise de 2008, a classe operária não vai permitir seguir pagando com suas próprias vidas.
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