O Brasil não vem seguindo a estratégia que se mostrou mais eficiente nos países que apresentaram os melhores resultados na prevenção da propagação do coronavírus. Muito mais do que as indiscriminadas medidas de quarentena e isolamento, a testagem massiva da população é o método que tem se mostrado mais eficiente para a contenção da disseminação.
Ordenar o isolamento das pessoas às cegas, sem assegurar o acesso e a realização de testes para toda a população, é como navegar sem gps. Os dados mostram que a responsabilidade pela disseminação do vírus é principalmente pelas pessoas assintomáticas, que não sabem que já contraíram o vírus. Dessa forma, pessoas já contaminadas se isolam em quarentena junto a pessoas sem a infecção.
A quarentena é a decisão mais cômoda para os governantes e oculta a falta de preparação e planejamento para combater a pandemia. Desde antes da chegada do vírus medidas emergenciais e preventivas para a produção massiva de testes deveriam ter sido tomadas, com a reestruturação da produção de diversas cadeias para atender a essa demanda. As quantidades de testes anunciadas até agora são insuficientes para toda a população.
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A massificação dos testes poderia muito bem ser feita investindo na ciência, estatizando empresas privadas e botando-às para funcionar sob controle dos trabalhadores, que estão sendo a verdadeira força de resistência à este vírus já que o governo mostra não querer combatê-lo seriamente.
Fábricas fechadas podem ser reabertas, equipamentos de proteção podem ser confeccionados, kits podem ser feitos e equipamentos de respiração, tudo para salvar as vidas das pessoas frente à esta pandemia. O oposto do que querem fazer os secretários, que, para manter a medicina capitalista funcionando, precisam fazer com que estar vivo seja algo que alguém tenha que comprar - através de um plano de saúde ou comprando caros medicamentos, ou mesmo kits de teste.
Testes massivos já! Lutar para colocar a produção farmacêutica e colocar os leitos privados à serviço da saúde e não do lucro, através do controle dos trabalhadores sobre a produção. Nossa vida vale mais que o lucro deles!
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