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CORONAVÍRUS
8 medidas de urgência para combater o coronavírus nas favelas e periferias
Redação

Desde já é necessário um plano de emergência para as favelas e periferias do Estado do Rio, expresso resumidamente nestas 8 medidas:

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O Rio de janeiro é um dos estados onde a crise do coronavírus pode ser mais brutal, isso se dá primeiro pelo processo consciente que os governantes do estado e município têm sistematicamente atacado as políticas públicas, especialmente a saúde, principalmente as ligadas às ações de prevenção e promoção de saúde. Uma pandemia requer um sistema único de saúde forte e condições de vida dignas para que a maior parte da população não pague com suas próprias vidas.

Estas são questões elementares que não são garantidas no Rio. A crise do coronavírus escancara o ódio que Witzel, Crivella e Bolsonaro tem dos negros, das mulheres e do povo pobre das favelas e periferias e a política deliberada de extermínio desses setores da população que vai desde a violência nas favelas, falta de água potável, sistema público de saúde precário, demissões em massa e trabalhos precário. Até o momento a maioria dos casos identificados são na Zona Sul, e mesmo as medidas tomadas pelos governantes para tentar conter o contágio, não serão suficientes para garantir que a parcela mais vulnerável não seja contaminada.

Estamos falando aqui das áreas da cidade que já sofrem com a falta de saneamento, os territórios nas favelas no Rio são submetidos a condições precárias de vida e ausência do sistema de saneamento básico, como coleta de lixo ou tratamento para esgotos e rios a céu abertos. A falta recorrente de água escancara o descaso total desses governos que garantem repressão policial nas favelas, mas não garantem água para os trabalhadores lavarem suas mãos, a água é a medida de prevenção mínima estabelecida pelo governo para evitar a propagação do coronavírus.

Famílias inteiras vivem de um salário mínimo que não garante uma alimentação saudável na grande maioria dos casos. Portanto, grande parcela da população carioca não consegue respeitar a quarentena voluntária, sem que isso afete sua subsistência. Por isso, desde já é necessário um plano de emergência para as favelas e periferias do Estado do Rio, expresso resumidamente nestas 8 medidas:

1) Funcionamento pleno dos serviços de saúde (Clínicas da Família, Unidades de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, Hospitais etc) e assistência social, com aumento de equipe, salários para prestar atendimentos e orientação em saúde (promoção e prevenção de saúde) nas favelas e periferias assim como garantia de transportes para casos graves.

2) Acesso massivo a testes nas favelas e comunidades, para todos aqueles que tenham sintomas, ou queiram fazer o teste, sabemos que hoje os profissionais da saúde estão sendo orientados a só fazer os testes nos casos já internados, isso nas unidades que tem acesso ao teste. Contudo, mais da 80% dos casos são assintomáticos, ou seja não apresentam sintomas, mas podem contaminar outras pessoas.

3) Obras públicas de saneamento básico imediato, privilegiando a contratação de desempregados e moradores das favelas e periferias. Uma das maneiras de garantir que a população tenha condições imunológicas de lidar com o codiv-19, é garantir acesso á moradias dignas que não tenham esgoto passando na sua porta.

4) Salário integral para garantia de alimentação adequada e moradia para cumprimento da quarentena. A maior parte da população que mora nas favelas e periferias se sustenta com bicos, ou trabalhos informais, para que eles tenham condições de cumprir a quarentena, é necessário que eles tenham garantia que terão dinheiro no final do mês para isso.

5) Construção de espaços de isolamento adequado, em casos que sejam avaliados a impossibilidade de ser garantido o isolamento social nas residências; UTIs equipadas com respiradores para os casos graves. Em algumas residências não é possível a garantia de isolamento social, portanto se faz necessária a utilização de espaços apropriados, devidamente equipados, para acomodar as pessoas contaminadas de acordo com a complexidade do seu caso.

6) Interrupção da cobrança de luz, água, internet e etc

7) Abastecimento regular de água para lugares afetados pela falta constante.

8) Por um sistema público de saúde, 100% estatal sob controle dos trabalhadores e dos usuários com atendimento público e de qualidade para todos!

Estas são medidas para garantir que os trabalhadores precarizados e autônomos possam cumprir a quarentena tal como tem estabelecido os governos.

Ana Carolina, estudante de pedagogia, e moradora do Turano, relata sobre a situação nas favelas:

“Já era ruim conviver com o medo da ação policial nas favelas, tentar levar a vida tranquilamente no capitalismo é sempre uma tarefa difícil para nós que somos negros e favelados. No primeiro ano desse governo de extrema direita nas figuras de Bolsonaro e Witzel os negros e pobres estão vivendo uma onda de ataques, reforma da trabalhista aprovada, reforma da previdência, recordes de jovens negros assassinados pela polícia, sem empregos e água suja. Saber que o capitalismo só reserva misérias para os negros e pobres não temos dúvida, porém chegar em um momento da crise capitalista que não temos certeza da nossa própria vida é miséria demais para nós que somos pobres e trabalhadores. Descaso com a nossa gente eles já estão mostrando com o atendimento público de saúde, agora não garantir água é muita vontade que a gente morra! Não tem água nas favelas mas tem caveirão, tem tiroteios, tem helicópteros atirando em escolas, tem crianças e jovens morrendo e mesmo assim eles nos negam a água. A burguesia odeia a gente!”

 
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