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CRISE DO CORONAVÍRUS
Coronavírus. Após 10 anos de austeridade, Grécia enfrenta a epidemia

Com 117 casos de coronavírus declarados, a Grécia tomou medidas para reduzir a propagação do vírus. Porém, com um país devastado pela crise econômica e a ofensiva neoliberal por 10 anos, há o risco de a epidemia causar graves danos.

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Foto: EUROKINISSI/REUTERS

Na manhã da última quinta-feira, a Grécia lamentou sua primeira morte por coronavírus. Dando entrada no hospital Patras em 2 de março, o homem de 66 anos vinha de uma peregrinação ao Egito e Israel. A maioria dos casos de coronavírus vêm deste grupo de peregrinos ou de pessoas que tiveram contato com eles.

Frente aos 117 casos de coronavírus declarados na Grécia, o governo ativou medidas para prevenir a propagação do vírus. Depois de quinta, todas as escolas, creches e universidades estão fechadas por duas semanas, assim como os museus e sítios arqueológicos tais como a Acrópole, o sítio de Olympia ou o teatro de Epidauro. As concentrações públicas e shows estão proibidos em duas regiões do Peloponeso e todos os encontros esportivos estão se dando de portas fechadas. Além disso, o governo anunciou que será adotado um decreto para facilitar a obtenção de licenças para pais com filhos dependentes e, também, um aumento no orçamento do ministério da saúde de 15 milhões de euros e a contratação de 2000 médicos e enfermeiros.

Porém, em um país devastado pela crise econômica e a ofensiva neoliberal por 10 anos, há o risco de essas medidas serem insuficientes. O doutor Papanikolaou, médico do hospital de Nikaia, alerta: "com a crise dos dez últimos anos e os cortes drásticos, tanto em termos de equipamento em redução de pessoal, nos falta tudo. Um cenário como o da Itália se traduziria aqui em dezenas de mortos por dia". De fato, o hospital público grego, que sofre cortes orçamentários durante 10 anos, parece bem longe de preparado para enfrentar uma epidemia. A crise econômica resultou na perda de 1/4 da riqueza do país, ou 25% do PIB, e em um país onde o turismo constitui 17% do PIB, a crise do coronavírus pode atingir mais de 2,5% do PIB de acordo com o Banco da Grécia.

Ironicamente, o primeiro ministro Kyriakos Mitsotakis chamou seus compatriotas a adotar um comportamento responsável. Porém, a direita capitalista é quem tem responsabilidade sobre a crise econômica na Grécia, crise que começou após o crash financeiro de 2008 e que levou diversos Estados a se endividarem com a União Européia e a levarem a cabo as medidas de austeridade. Após o fracasso do neo-reformismo do Syriza, a chegada da direita ao poder, com o primeiro ministro Mitsotakis, não deixa de agravar a situação, com o incremento das medidas de austeridade e a precarização crescente da população grega.

 
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