“Juntas contra a desigualdade e a precariedade”, “Revolta feminista. Com direitos, sem barreiras. Feministas sem fronteiras”, foram algumas das bandeiras que encabeçaram as manifestações este ano.
Segundo as autoridades, houve 50.000 manifestantes em Barcelona e números semelhantes em Bilbau, 20.000 em Sevilha e 120.000 em Madri. Os organizadores multiplicam esses números pelo menos o dobro em cada local. Os números são mais baixos do que nos últimos anos, embora o movimento maciço tenha sido mantido.
Como nos últimos anos, o 8M reuniu milhares de mulheres em diferentes cidades do Estado espanhol. Protestos, comícios e marchas, piquetes e greves parciais ocorreram em algumas cidades como Barcelona, Saragoça ou Cádiz.
O fato de que a participação ter sido um pouco menor do que nos anos anteriores é explicado por vários motivos. Por um lado, desta vez não houve convocatória para uma greve operária pelo movimento feminista ou pelos sindicatos (exceto em alguns territórios), o que limitou o impacto do dia. Por outro lado, a chegada dos líderes do Podemos ao Ministério da Igualdade no governo de coalizão com os liberais sociais do PSOE gerou certas expectativas em setores do movimento de mulheres, promovendo a ideia de que reivindicações contra a violência sexista ou contra a precariedade pode ser alcançada “de cima” através dos acordos parlamentares que o governo obtém.
Pelo grupo Pão e Rosas espanhol, por outro lado, Lucia Nistal destacou a necessidade de “aprofundar a mobilização independente do movimento de mulheres, porque os direitos se conquistam com a luta nas ruas e não nos escritórios do governo”.
Josefina Martínez, porta-voz do Pão e Rosas, também apontou que “esse governo tem um discurso progressista, mas mantém políticas neoliberais, não revoga reformas trabalhistas, eleva mais as cercas de Melilla e mantém os CIEs abertos, contra as demandas de trabalhadoras, mulheres precárias e migrantes”.
Em Madri, a mobilização começou em Atocha, cruzando o Paseo del Prado em direção à Plaza España.
O 8M em Barcelona começou muito cedo com os piquetes Las Kellys, em frente aos grandes hoteis da cidade. Como outros anos, reivindicam melhores condições de trabalho e melhores salários, lutando contra a terceirização e a precariedade.
À tarde, a manifestação inundou as ruas do centro da capital catalã.
Paula e Motis do Pão Rosas Barcelona expressaram sua solidariedade à luta das trabalhadoras precárias e levantaram a necessidade de “uma perspectiva anticapitalista, antiimperialista e feminista de classe”.
Em Zaragoza, a manifestação passou por trás de uma faixa com o lema: "Se pararmos, o mundo para". Lá, a canção "A culpa não foi minha" do coletivo chileno Las Tesis, foi cantada.
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