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REVOLUÇÃO E O NEGRO
Lançamento do Revolução e o Negro em Osasco
Redação

O lançamento contou com a presença de diversos jovens trabalhadores da região que discutiram como combater o racismo em seus locais de estudo e trabalho.

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No domingo dia 09 de fevereiro o lançamento contou com a presença de cerca de 60 pessoas, dentre elas vários jovens trabalhadores de Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba, além de professores, metroviários e trabalhadores e estudantes da Universidade de São Paulo. Nessa nota reproduziremos um pouco de alguns dos principais temas e das falas impressionantes que muitos jovens trabalhadores disseram durante o debate.

Marcelo Pablito, organizador do livro, apresentou as principais ideias contidas no livro, em especial a ligação umbilical entre o racismo e o sistema capitalista.

Em parte de sua abertura pablito colocou:

"O capitalismo só pôde existir a partir da acumulação de capital que a burguesia nascente fez através da alta lucratividade do tráfico de escravos negros e da utilização da mão de obra Negra escravizada. Foi isso que possibilitou a industrialização e a consolidação do poder da burguesia"

Os debates da roda de conversa passaram por diversos temas, como as expressões do racismo que se reproduzem até hoje na perseguição policial a juventude negra nas batalhas de rima ou os bailes funk, como no caso de Paraisópolis.

"Temos que parar de achar que a polícia está ali para nos proteger, temos que parar de acreditar em heróis da nação".

Outro tema muito forte foi como o racismo é reproduzido pelo sistema capitalista por ser um instrumento muito útil para dividir os trabalhadores e também para garantir sua lucratividade colocando os negros em postos de trabalho com salários de miséria e retirando cada vez mais seus direitos.

"Uma coisa que não tem como deixar de falar sobre racismo quando a gente pensa nosso trabalho é a massa de mulheres negras terceirizadas que entram para trabalhar na fábrica e não tem praticamente nenhum direito assegurado, trabalhando por 12 horas direto, sem EPIs, sem uniforme. E como a empresa força todo mundo a estar contra essas mulheres, nos dividindo"

As discussões também entraram nos mecanismos de como a burguesia cria meios inclusive entre os movimentos para nos dividir e enfraquecer nossa luta, ao mesmo tempo que se utiliza dos combates ao racismo de forma hipócrita apenas para criar novas marcas, novas propagandas e produtos.

"Primeiro de tudo, nós negros e negras precisamos lutar para estarmos vivos. Precisamos nos preparar tanto nas ideias, quanto fisicamente e psicologicamente para enfrentar o racismo. Mas precisamos focar muito no trabalho de base, para que a luta não seja só o limite que o sistema nos coloca do empoderamento individual, que as grandes marcas e a mídia usam só para garantirem lucratividade e desviar a luta dos negros para uma perspectiva individual."

Por fim praticamente todos opinaram sobre a necessidade e o como combatermos cotidianamente e coletivamente o racismo em nossos locais de trabalho e ensino, nesse momento o que mais se debateu foi a necessidade do trabalho de base para abrir a cabeça de muitos trabalhadores que infelizmente cairam no canto de sereia do bolsonarismo mas que hoje em dia já estão voltando a ver as coisas com olhares mais atentos. Portando espaços como esses, que resgatam ideias da força da luta do povo negro são fundamentais para fortalecer nossa luta cotidiana contra o racismo mas também contra todo tipo de opressão e exploração em busca de uma sociedade livre.

O lançamento foi realizado no Bar do Silar, agradecemos muito a todos do estabelecimento que possibilitaram esse espaço tão importante para a propagação de ideias como essas ainda mais no momento político que vivemos no país.

Agradecemos também a todos que contribuíram, seja no debate quanto nas apresentações de música da Nega Azevedo e do Lucas Cunha, além da exposição de desenhos de Renan Narvais.

 
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