Os trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini, do município de Canoas, venderam 100 botijões de gás de cozinha pelo valor de R$40,00. A ação ocorreu na tarde desta quarta-feira, a partir das 16h no bairro João de Barro, próximo à associação de moradores.

Em greve desde o dia 31, os petroleiros denunciam as mais de mil demissões que deverão ocorrer caso se efetive a política da Petrobrás, alinhada ao governo Bolsonaro, de fechar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), localizada no município de Araucária, no estado do Paraná, assim como a política de privatização da empresa que está sendo feita pelo governo. A greve vem ganhando adesão nacionalmente.

Ações como essa ocorreram em outras cidades do país. Na própria Araucária, os grevistas realizavam esta ação e distribuíram feijão à população, e foi capaz de romper com o cerco midiático, sendo divulgado na imprensa local, mas que está sendo organizado nacionalmente, principalmente pelos grandes jornais como Folha de São Paulo, Estadão e O Globo. Jornais que se dizem “críticos” a Bolsonaro, mas que apoiam a entrega da Petrobrás e do petróleo ao controle imperialista.

Na manhã desta quarta-feira os petroleiros de Vitória/ES distribuíram cupons de desconto de R$2,00 no litro da gasolina. Os trabalhadores afirmaram que são contra a política de preços aplicada atualmente pela Petrobrás e com a ação buscam mostrar que é possível aplicar valores menores. A ação ocorreu na Reta da Penha, em frente ao prédio da Petrobrás e distribui 100 cupons de desconto.

Com tais ações, criticam também à política de preços da Petrobrás e demonstrar a possibilidade de aplicar valores justos, diferente do que ocorre atualmente. Demonstram também, mesmo que simbolicamente, a capacidade da classe trabalhadora de responder às demandas profundas da sociedade. Elas remetem à recente luta dos trabalhadores franceses, quando os eletricitários cortaram a luz dos ricos e religaram em bairros pobres. Tais ações ocorreram em meio à uma greve de transportes que durou mais de 50 dias, em uma enorme batalha contra o governo e também contra a burocracia sindical que atuou como freio aos trabalhadores.

Nós do Esquerda Diário viemos fazendo o maior esforço para ajudar os petroleiros a romper com esse cerco da imprensa. Estivemos hoje presente em Canoas, junto aos militantes da juventude Faísca, para expressar toda nossa solidariedade aos grevistas e a nobre ação que eles realizaram.

Divulgamos depoimentos dos petroleiros, batalhamos na categoria de metroviários de São Paulo, com os operários do Nossa Classe, e nas gestões dos Centros Acadêmicos, como no CASS da UERJ e CACH da Unicamp, para que fizessem uma campanha de apoio a essa greve, denunciando a repressão judicial e política que eles estão sofrendo.

Por meio deste link, você pode encontrar tudo o que publicamos sobre este importante conflito, que pode romper com o consenso burguês, que envolve Bolsonaro, Rodrigo Maia, o STF, a imprensa e o imperialismo, da necessidade das privatizações e de outros ataques, como a reforma da previdência, que tem também no PT, com seus governadores aprovando reformas estaduais, sendo parte de fortalecer o projeto do golpe de jogar a crise sobre os trabalhadores.

No Brasil tais ações demonstram a força da greve dos petroleiros, que é uma primeira batalha nacional desta categoria estratégica contra o governo Bolsonaro. É urgente cercar de solidariedade os trabalhadores em luta. As centrais sindicais, como CUT e CTB, e também os sindicatos e entidades estudantis como a UNE, além de DCEs e centros acadêmicos de todo o Brasil devem impulsionar ações de solidariedade à greve e ser parte de furar o bloqueio midiático que a imprensa capitalista vem fazendo para isolar os trabalhadores. Os parlamentares de esquerda como os do PSOL devem utilizar todo alcance midiático de seus mandatos para dar visibilidade e gerar solidariedade com os petroleiros.