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DESEMPREGO
Fruto da crise capitalista, população de rua de São Paulo cresce 60% em quatro anos 
Redação

Segundo um relatório inédito realizado pela prefeitura de São Paulo que será divulgado amanhã (31), a população em situação de rua chegou ao número impressionante de 24.344 pessoas, um aumento de 60% em apenas quatro anos. No ano de 2015, o número era de 15,9 mil pessoas. Destes cerca de 3,9% são crianças, e grande parte dos que estão na rua tem entre 31 e 49 anos, o que representa 46,6% do total. A desigualdade capitalista em números.

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Quem caminha pela cidade de São Paulo durante o dia na região central, ou mesmo em regiões próximas a algumas estações de metrô, percebe nitidamente a presença cada vez maior de pessoas em situação de rua. Durante a noite o quadro fica ainda mais explícito, quando centenas de pessoas, uma grande quantidade de crianças inclusive, buscam abrigo nos mais diversos locais para tentar escapar do frio e da fome.

A noite é também possível se deparar no Páteo do colégio, marco inicial do nascimento de São Paulo próximo a Praça da Sé, com uma partida de futebol onde crianças montam dois times completos e tentam por um momento escapar da dura realidade imposta desde cedo pelo capitalismo a estes pequenos.

Segundo um relatório inédito realizado pela prefeitura de São Paulo que será divulgado amanhã (31), a população em situação de rua chegou ao número impressionante de 24.344 pessoas, um aumento de 60% em apenas quatro anos. No ano de 2015, o número era de 15,9 mil pessoas. Destes cerca de 3,9% são crianças, e grande parte dos que estão na rua tem entre 31 e 49 anos, o que representa 46,6% do total. A desigualdade capitalista em números. 

Trazendo a tona uma clara relação entre o aumento da taxa de desemprego e o número de pessoas em situação de rua, o relatório mostra de forma clara os efeitos da crise econômica capitalista na vida de milhares de pessoas a quem sequer é proporcionado o “direito” a ser explorado. Em um cenário de aprofundamento de ataques contra a classe trabalhadora como a reforma da previdência e a flexibilização das leis trabalhistas e aprofundamento do trabalho precário através dos aplicativos, estas pessoas são também resultado de um dos instrumentos que o capitalismo utiliza para rebaixar a média salarial de todos; o desemprego, que depois de um tempo acaba levando ao limite as pessoas que apenas podem “sobreviver” à margem do sistema capitalista, pois não tem mais acesso ao emprego.

O relatório demonstra também o racismo estrutural da sociedade, do total de moradores, 69,3% são pretos ou pardos e 28% são brancos. Há ainda indígenas (1,7%) e pessoas de cor amarela (0,9%). A presença de uma maioria de pessoas negras na rua, que chega ao dobro do número de brancos, é uma das expressões da realidade dos negros em nosso país, onde os negros ocupam os postos de trabalho mais precários, como é o exemplo da juventude negra que trabalha nas entregas de aplicativos, e as mulheres negras que trabalham nos serviços de limpeza e manutenção, segundo dados do IBGE a diferença salarial entre negros e brancos chega a 73,9%, e as mulheres negras ganham menos da metade (44%) do que um homem branco.

Para começar a enfrentar as mazelas a que os seres humanos estão sujeitos fruto da exploração e da ganância capitalista, ainda mais em um período de crise econômica mundial e do neoliberalismo, é necessário que no Brasil e no mundo tiremos lições do exemplo dos trabalhadores franceses que recentemente entraram em cena em um dos países mais importantes do mundo, buscando se auto-organizar para ultrapassar os limites das burocracias sindicais e o corporativismo, mostraram a necessidade de unificar as demandas da classe trabalhadora contra a reforma da previdência e a contra a piora nas condições de trabalho, um exemplo que coloca a perspectiva de levar a frente também às demandas do povo pobre e de toda população contra os ataques dos capitalistas.

 
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