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PROTESTO CONTRA O FEMINICÍDIO
Torcedoras do Operário-MT protestam contra contratação do assassino goleiro Bruno
Redação

A manifestação expressa a indignação desse grupo frente ao retorno de Bruno a posição de ídolo e relativização, por parte do time em questão, do crime cometido pelo ex-jogador.

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Imagem: Gazeta Digital

Na noite desta terça-feira (21) torcedores e torcedoras do time Operário-MT protestaram contra a possível contratação do ex-goleiro Bruno, condenado pela justiça mineira a 20 anos pelo bárbaro feminicídio da ex-namorada e modelo, Eliza Samúdio. A manifestação expressa a indignação desse grupo frente ao retorno de Bruno a posição de ídolo e relativização, por parte do time em questão, do crime cometido pelo ex-jogador.

O ato ocorreu na entrada do Estádio Municipal Dito Souza, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, antes e durante a realização do jogo do Operário contra o Poconé no Campeonato Mato-Grossense de 2020. Ao som de tambores e com cartazes, os manifestantes gritavam "quem contrata um feminicida apoia o feminicídio". Enquanto isso, um carro de som dava suporte para os manifestantes e circulava lentamente ao redor do estádio.

Imagem: Baixada Cuiabana

O time já perdeu o apoio de patrocinadores que não querem se vincular ao jogador. Além do ato e dessa ação por parte dos empresários, outros grupos se manifestaram, sobretudo de mulheres.

A procuradora do Estado e presidente do Conselho Estadual da Mulher, Glaucia Amaral, disse que o ato não era contra a ressocialização de Bruno, mas "contra o retorno dele à condição de ídolo". Segundo Glaucia, as manifestações contra a contratação do goleiro não acabam com o ato em frente do estádio em Várzea Grande. "Faremos outras intervenções", antecipou. O conselho pediu reunião com os dirigentes do clube, mas ainda não obteve resposta.

O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso repudiou, em nota, a contratação do goleiro. Segundo o comunicado, "trata-se de alguém que demonstrou profundo ódio e total desrespeito às mulheres ao tratar dessa forma cruel e bárbara aquela que seria a mãe do seu filho".

O Núcleo Feminino da Força Jovem Operário também se manifestou. Em nota, disse que "aceitar a contratação dele de forma tranquila é naturalizar e ser conivente com as opressões que lutamos. No Brasil, uma mulher é morta a cada duas horas vítima de violência".

Essas manifestações, principalmente o protesto protagonizado por torcedores, mostram um nível de politização frente aos casos de violência contra a mulher, trazendo para o campo do futebol a necessidade de debates sobre o tema, uma vez que existem diversos casos de agressão e abuso promovidos por jogadores e que estes continuam na posição de ídolos para a população. Ao continuarem nessa localização frente a população, reforça-se ainda mais que nada vale a vida das mulheres no sistema capitalista, ao passo que se naturaliza ainda mais a violência contra estas.

 
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