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ENCARCERAMENTO EM MASSA
Superlotação e falta de higiene em presídio causam terrível doença que ’come’ pele
Redação

Doença desconhecida causa paralisia e deforma partes do corpo, “comendo” a pele e deixando os membros em estado de decomposição.

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Imagem: Divulgação / OAB - RR

Em Roraima, 29 presos da penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, foram internados no Hospital Geral de Roraima com uma misteriosa doença que causa paralisia, necrose de membros e coceira intensa. Dos 29 internados, 15 foram diagnosticados com uma bactéria desconhecida que causa paralisia e deforma partes do corpo, “comendo” a pele e deixando os membros em estado de decomposição.

Em estado avançado da doença, alguns presos já não conseguem dobrar as pernas por causa dos inchaços e ferimentos. Um dos detentos relatou sentir “uma coisa se mexendo”, como se algo comesse a pele por dentro.

Quando procurado, um dos profissionais que atua no hospital e pediu para não ser identificado, disse que a bactéria não é desconhecida do setor: “o nome correto é Fasceíte Necrosante. É uma bactéria comedora de carne humana, altamente contagiosa e de difícil cura", afirmou. "Pior de tudo: vai contaminar as pessoas que estão no hospital, pois estes presos estão no corredor, junto com todos os outros doentes. Não existe isolamento, muito menos escolta policial, e o odor é insuportável. Um perigo para todos."

No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde de Roraima (SESau/RR) afirmou por meio de nota que foram feitas análises laboratoriais pela Coordenação Geral de Vigilância em Saúde e que se trata “puramente de piodermite”.

A gravidade da situação do detentos evidencia as condições desumanas a que são submetidos nos presídios. O presídio Agrícola de Monte Cristo recebeu um pedido de interdição parcial por parte do Ministério Público, pois possui apenas uma ala com capacidade para 450 presos, mas abriga cerca de 2.100. Celas com apenas seis metros quadrados abrigam em média 17 presos, que se amontoam no espaço. Segundo um relatório da Defensoria Pública de Roraima e da Comissão de direitos humanos da OAB, o local não possui nem ventilação nem limpeza.

A Suellen Araújo, irmã de Diego, um dos detentos, denuncia a precariedade das condições nos presídios: "Queremos apenas que ele seja tratado decentemente. Lá, não tem condição. Estava usando o mesmo uniforme desde o dia em que foi preso quatro meses atrás, sem nunca ter sido lavado."

O governo informou que providenciará uma ala específica do hospital para tratar as pessoas infectadas pela doença e que ainda essa semana será realizada dedetização e limpeza em todas as celas. No entanto, quaisquer providências tomadas pelo governo diante da superlotação e condições desumanas dos presídios, se tornam ineficazes. Os relatórios da Defensoria Pública e OAB aqui citados, afirmam que a maioria dos presos apresentam doenças como hipertensão, tuberculose, hepatite e alguns estão infectados pelo vírus HIV. Os surtos de tuberculose e sarna são comuns, além de idosos que morrem sufocados pela superlotação.

Pouco mais de um mês depois do Moro aprovar o pacote anticrime que só aprofunda ainda mais o racismo e autoritarismo estatal, não é de nos surpreender que no Brasil haja a terceira maior população carcerária do mundo. Esta situação desumana e degradante a qual os presos são submetidos, deixa clara a política consciente de sucateamento dos presídios como forma de extermínio da população negra e pobre que é jogada lá dentro aos milhares.

Com informações da Agencia Estado

 
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