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COLÔMBIA
Entre mobilizações e repressão foi aprovada a reforma tributária na Colômbia
Diego Dalai
Jesús Pegueros

As cinco da manhã dessa sexta-feira, o Congresso aprovou a reforma que rebaixou os impostos às grandes empresas afetando a saúde e a educação. Na tarde e na noite anteriores houve protestos e repressão.

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Essa quinta-feira 19 de dezembro, ocorreu uma nova e massiva jornada de protestos a nível nacional com centro em Bogotá onde acontecia a sessão do Congresso. Ale dezenas de milhares voltaram a repudiar o governo de Iván Duque que não retrocedeu em nenhuma das medidas que vem preparando contra os trabalhadores, os povos originários e a juventude. Ao final da jornada e fruto da brutal repressão, foram confirmados ao menos 2 novas vítimas graves, um deles com atingido por uma bala no olho.

A convocação foi impulsionada principalmente por estudantes, muitos deles pertencentes à Universidade Nacional que com panelaços e apitos marcharam pelas avenidas da capital colombiana até que elementos do odioso Esquadrão Móvel Anti-distúrbios (ESMAD) arremeteram contra a mobilização com gases lacrimogêneos e balas de borracha.

A lei impulsionada pelo ultradireitista Duque, um discípulo do ex-presidente Álvaro Uribe principal responsável da guerra suja contra a guerrilha das FARC, reduz os aportes patronais afetando o financiamento da educação, saúde e outras áreas sociais em nome de manter o “equilíbrio fiscal”.

O ajuste sobre estes direitos sociais desatou no último 21 de novembro um processo histórico de protestos que contou inclusive com três paralisações gerais e sete jornadas de mobilizações massivas e combativas que resistiram à repressão tanto na capital como nas principais cidades do país como Cali e Medellín. De modo geral, estas jornadas de luta terminavam com amplos panelaços em todo o país repudiando a repressão policial e demonstrando o rechaço majoritário ao projeto oficial.

Os jovens, especialmente estudantes, foram a vanguarada indiscutível que junto a massividade dos protestos e o rechaço geral da população a lei, levou ao fracasso da armadilha do diálogo que tentou montar Duque e ao que se prestaram os principais partidos de oposição abrindo brecha ao governo.

Jovens estudantes organizados para resistir a repressão esta quinta 19 em Bogotá

A profundidade do processo, para além do ajuste assinalado, tem seu fundamento final nas consequência políticas do longo prazo dos reacionário “acordos de paz” firmados pelo governo de Manuel Santos e as FARC em 2016. Essa saída ao histórico conflito fortaleceu um regime fortemente repressivo amparado diretamente por Washington, e deu a vitória a direita uribista. Mas ao mesmo tempo retirou do regime sua melhor desculpa para manter militarizado o país e justificar a repressão.

Nas redes sociais dezenas de usuários começaram a circular a informação sobre um manifestante gravemente ferido pelos projectéis da polícia, a vitima recebeu um impacto no olho e teve que ser retirada da cena, pois segundo denúncia os policiais não permitiram a chegada de uma ambulância.

A informação foi posteriormente confirmada pela Secretaria de Saúde agregando uma vítima a mais, uma jovem de 21 anos que foi diagnosticada com um trauma de tíbia e atendida no Hospital de Negativa, além do jovem estudante de 22 anos que de fato se apresentou com um trauma ocular no Hospital São Inácio.

Nos dias anteriores o discurso oficial na voz do próprio executivo foi o de defesa absoluta das forças policiais, ao mesmo tempo de negar qualquer procedimento excessivo por parte delas. Entretanto, a população colombiana mostrou um repúdio cada vez mais amplo a estes organismos, principalmente ao ESMAD que é visto como uma das caras mais autoritárias do regime atual e símbolo histórico da repressão.

Através dessas jornadas se encerra um mês hitórico de protesto no país sulamericano que apesar de não haver podido barrar a lei coloccou a Colômbia a par das revoltas que se desenvolveram em outros países da região como Chile e Haiti ou a resistência ao golpe na Bolívia. Para além deste resultado parcial a favor do governo, nada voltará a ser como antes. A persistência de continuar a mobilização e o enorme custo político que significou para o governo, se convertem agora numa pedra no sapato para os planos que impulsiona o regime encabeçado por Duque.

 
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