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Bolsonaro diz que Paulo Freire é "energúmeno"
Redação

Seguindo sua trilha obscurantista e de ódio ao conhecimento, Bolsonaro caracteriza o pensador Paulo Freire como “Esse energúmeno aí, ídolo da esquerda” para defender o seu desejo por ruptura de contrato com a Associação Roquette Pinto com o MEC.

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Em seu encontro diário com seus apoiadores nesta segunda-feira (16) na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro atacou um dos pensadores mais citados no mundo, patrono da educação no Brasil, Paulo Freire, e a TV Brasil, dizendo que aquele era um “energúmeno... ídolo da esquerda” e que esta possuía "uma programação totalmente de esquerda, ideologia de gênero”.

Em seu discurso, está expresso o ódio ao saber, aos livros e ao acesso à educação, uma vez que a principal contribuição de tal pedagogo, Freire, é o seu método de alfabetização revolucionário, o qual mostrou-se extremamente efetivo e produtivo. O presidente fez um ataque político àquilo que Paulo Frente representa, e não a ele pessoalmente.

Bolsonaro representa a ignorância, tanto no que tange ao que ele ataca, quanto a forma como o faz, pois seus alvos são signos de democratização do conhecimento, da fuga da alienação, e os adjetivos e elementos trazidos para vituperar seus inimigos são “energúmeno”, “ídolo da esquerda”, “esquerda” e “ideologia de gênero”. Ora, Bolsonaro possui uma carência tão profunda referente ao o que foi a pesquisa e a contribuição acadêmica de Paulo, que se utiliza da palavra vazia “energúmeno” para atacá-lo, não apresentando nenhuma crítica minimamente seria sobre sua obra. Ademais, quando o faz em relação a TV Brasil, traz uma das maiores ficções da nossa era, o repugnante termo “ideologia de gênero”, cujo significado torpe e mentiroso frente às palavras “ideologia” e “gênero”, demostram a fragilidade e perversidade de sua argumentação.

A expressão “ideologia de gênero” carrega a ideia de que se impõe aos jovens como eles devem se performar sexualmente e comportalmente, já apresentando uma confusão desde aí entre orientação sexual e gênero, além de embaçar, propositalmente, os conceitos de tornar-se sujeito da própria vida e ser aliado pela ideologia preconceituosa burguesa, fazendo com que as suas distinções, diametralmente opostas, não fiquem claras. Não se ensina a ninguém a performar o gênero ao qual se identifica, todavia, pode ser desenvolvido o respeito e a empatia pelo diferente.

Tais acusações não são por pura destilação de ódio, mas, sim, fazem parte de um projeto político de desmonte da educação pública. Alem disso, fazem parte da construção de um aparato ideológico, o qual justifica um pensamento preconceituoso e alienante, muito desejado pela classe dominante.

 
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