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Ligada ao MEC, TV Escola lança série que promete ’resgate histórico’, com Olavo de Carvalho
Redação

Nesta segunda, 9, foi iniciada a exibição na TV Escola, que recebe financiamento do Ministério da Educação (MEC), uma série que revisa a história do Brasil doutrinando a ideologia de extrema-direita reacionária do governo, contando até com entrevistas do guro do governo Olavo de Carvalho.

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A série-documentário "Brasil: A Última Cruzada", realizada pela produtora Brasil Paralelo, conta com entrevistas de Olavo de Carvalho e religiosos. No YouTube, o primeiro episódio está disponível desde 2017, mas, nitidamente para reforçar a ideologia reacionária do governo Bolsonaro, ela começou a ser exibida ontem na TV Escola. No último 31 de março, aniversário do golpe militar que torturou e assassinou lutadores e que queria massacrar a juventude e trabalhadores brasileiros, a produtora lançou "1964: O Brasil entre Armas e Livros".

Segundo a Folha, a Associação Roquette Pinto gere a TV Escola com recursos públicos repassados pelo MEC.

O revisionismo reacionário da série começa, por um lado, pelo desprezo ao genocídio indígena e à escravização de africanos, e por outro, em contraposição a isso, colocando como se as navegações de Portugal para a América fosse uma grande empreitada religiosa. Segundo Luiz Philippe de Orléans e Bragança, herdeiro da família real e deputado do PSL: "Você não se lança no pequeno barco através de um oceano que você não conhece para encontrar um pau brasa vermelhinho. Não é isso, é para encontrar a terra prometida, é para encontrar a terra abençoada", diz, sendo um dos entrevistados do primeiro episódio.

Várias figuras conservadoras aparecem na série, como Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, José Carlos Sepúlveda, discípulo do líder da corrente conservadora TFP (Tradição, Família e Propriedade), Rafael Vitola, delegado, católico e autor de livros jurídicos, Thomas Giulliano Ferreira dos Santos, escritor de uma crítica a Paulo Freite, Percival Puggina, analista político conservador e religioso do jornal Zero Hora.

Um dos diretores da Roquette Pinto é Eduardo Melo, que é ligado a ala mais ideológica do governo e que foi indicado por olavistas para assumir o MEC. E não se pode esquecer também que Abraham Weintraub, também se vincula ao grupo mais ideológico reacionário do governo ao se dizer admirador de Olavo de Carvalho.

O direitista Lucas Ferrugem, um dos sócios da Brasil Paralelo, afirmou para a Folha que os materiais não são enviesados, que o que acontece é um predomínio entre historiadores de uma visão de esquerda: "A gente está ali buscando a verdade".

Essa propaganda ideológica racista e reacionária não pode ser vista separadamente do ataque do governo à Ancine, que teve 43% de corte de verbas. Bolsonaro e sua corja querem impor uma linha reacionária e conservadora às produções artísticas e culturais para agradar sua base e seus aliados.

Dessa vez, ele conecta ainda mais esses ataques à cultura com os ataques à educação, ligando sua propaganda para melhor fomentar a perseguição a professores e às Ciências Humanas, como quer com o "Escola Sem Partido".

O caráter negacionista da ciência se expressa pelos cortes de bolsas de pesquisa implementados pelo governo, mas também pela exibição dessa série que carrega a escória do revisionismo, que quer reescrever a História do Brasil passando por cima da luta dos trabalhadores, dos negros, dos indígenas.

Inclusive, essa exibição surge em momento oportuno de aprovação do racista pacote anti-crime de Sérgio Moro, juiz golpista do governo Bolsonaro, depois da aprovação da reforma da previdência.

É necessário que, na verdade, sejam os trabalhadores, os negros, os indígenas, aliados e organizados, contra o projeto miserável que a extrema-direita quer nos impor em defesa do lucro dos capitalistas, para defender o direito ao livre pensamento, à cultura e às artes, e a escrever uma história livre da opressão e da exploração.

 
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