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SINTUSP
Com 42% dos votos no Butantã-USP e 32% no total, a Chapa 2 fez grande campanha nas eleições do SINTUSP
Redação

Na quinta-feira passada se encerraram as eleições para o Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP). A Chapa 2, composta por dezenas de trabalhadores independentes e militantes do Movimento Nossa Classe fez uma grande campanha pela unidade dos lutadores alcançando expressivos 42% dos votos no campus do Butantã, capital.

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Foi um semestre intenso para a categoria, com a realização do 7º Congresso dos Trabalhadores da USP no início de setembro seguido por dois meses de campanha eleitoral na categoria no qual se apresentaram duas chapas: a Chapa 1 Sempre na Luta, atual direção majoritária do SINTUSP, composta por um grupo político que possui atuação sindical exclusivamente dentro da Universidade, o Coletivo Piqueteiros e Lutadores, pelo PSTU e pela Transição Socialista (TS) e a Chapa 2 Nossa Classe, composta por trabalhadores independentes e militantes do Movimento Nossa Classe, que atualmente compõe a Diretoria do SINTUSP com cinco membros.

Já no Congresso, os trabalhadores que posteriormente formaram a Chapa 2 defenderam uma proposta para manter o Sindicato unificado e fortalecido que seria a realização de uma Convenção Programática para formação de uma chapa unificada para a Diretoria do SINTUSP, em que todos os trabalhadores e organizações políticas da categoria pudessem participar do processo de formação da chapa, debatendo qual seria o melhor programa e quais seriam os seus representantes. Infelizmente essa proposta foi derrotada no Congresso por uma diferença de dois votos, as organizações que formaram a Chapa 1 foram contra essa proposta e posteriormente apresentaram sua chapa formada já nos primeiros dias de inscrição do processo eleitoral.

Diante disso a Chapa 2 se articulou na perspectiva de encabeçar a defesa de uma política que buscasse manter o Sindicato unificado e fortalecido. E foi assim que a Chapa 2 sai desse processo eleitoral tendo feito uma grande campanha pela unidade da categoria, apresentando e defendendo a proposta de proporcionalidade para a Diretoria do Sindicato, a ser debatida no Congresso Estatutário marcado pro primeiro semestre de 2020, porque avaliamos que é uma perda importante para a categoria que parte significativa dos lutadores esteja de fora da Diretoria do seu Sindicato.

Uma mostra da força contundente das ideias defendidas pela Chapa 2 Nossa Classe foi a votação expressiva de 42% no câmpus do Butantã, capital, com 37% dos votos no Hospital Universitário e resultados ainda superiores em importantes unidades como a FFLCH, a Superintendência de Assistência Social, os Institutos de Geociências, Matemática e Física, além da vitória na Escola Politécnica e de Educação Física e Esporte; nas Faculdades de Arquitetura e Urbanismo, de Odontologia, de Economia e Administração, de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional; nos Institutos de Biologia, de Ciências Biomédicas, de Oceanografia, de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, de Energia e Ambiente e no Centro Saúde-Escola do Butantã, em órgãos da Administração Central e na Prefeitura do Câmpus da Capital.

No Hospital Universitário, a votação de 37% esteve vinculada a uma política de abaixo-assinado com cinco pontos em defesa do hospital, de contratações efetivas e permanentes de funcionários e da reabertura do atendimento para a população com a garantia de condições dignas de trabalho.

A esses resultados se somam as conquistas que os estudantes da USP que constróem a Juventude Faísca - e que estiveram lado a lado com a Chapa 2 nessa campanha em defesa da aliança entre trabalhadores, estudantes, professores e a comunidade do Butantã - tiveram nas eleições dos Centros Acadêmicos da Letras (CAELL) e da Pedagogia (CAPPF), retirando o PT da gestão do curso da Letras, que seguia há três anos paralisando a atuação dos estudantes, e colocando à frente do curso da Pedagogia uma chapa disposta a fortalecer uma oposição de esquerda à atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Claudionor Brandão, demitido político pela Reitoria da USP e dirigente histórico do SINTUSP, que foi parte da Chapa 2, reforça o quanto “a atuação decidida do Movimento Nossa Classe desde 2016, mesmo como minoria dentro da atual Diretoria do SINTUSP, foi fundamental para impedir que o SINTUSP levasse a frente posições golpistas diante do impeachment da Dilma Rousseff em 2016 e, posteriormente, diante da prisão arbitrária de Lula em 2018. Garantimos que o SINTUSP se posicionasse contra todas as medidas do golpe sem prestar nenhum apoio político ao PT, pelo contrário, batalhamos para que o SINTUSP denunciasse a traição da CUT e demais centrais sindicais em 2017 que permitiu a aprovação da reforma trabalhista. Todas essas batalhas impulsionadas pelo Movimento Nossa Classe desde dentro da Diretoria e aprovadas nas assembleias e no Congresso da categoria, foram fundamentais para evitar que o SINTUSP se isolasse ainda mais na atual conjuntura e fosse, literalmente, pro buraco.”

Patrícia Galvão, trabalhadora da FFLCH, diretora do Sintusp e da Secretaria de Mulheres, também parte da Chapa 2, falou sobre as tarefas urgentes do Sintusp de retomar a relação com a base das unidades e incentivar a auto-organização pela via dos representantes de unidades do Conselho Diretor de Base (CDB), assim como aprofundar a campanha de filiação: “Nós da Chapa 2 faremos de tudo para garantir, junto com a nova Diretoria eleita, essas tarefas cruciais para o fortalecimento e manutenção do nosso Sindicato. Seguiremos atuando com bastante força nas Secretarias de Mulheres, de Negras, Negros e Combate ao Racismo e LGBT e de Diversidade Sexual, das quais fomos parte fundamental de suas fundações.”

Sobre o resultado das eleições, Patrícia Galvão afirmou ainda que “O que vimos nesta eleição, entre os votantes da Chapa 2, mas também entre os votantes da Chapa 1, não foi um acirramento de disputa entre adversários, muito menos entre inimigos. O que vimos na categoria durante a campanha foi uma vontade sincera de que todos os lutadores estivessem na Diretoria do Sindicato e muitos lamentos em ter que tomar uma decisão que implicaria parte importante e reconhecida dos lutadores ficarem de fora da Diretoria. Por isso seguiremos combatendo todos os setores que tentarem dividir nossa categoria e tratar os trabalhadores que apoiaram ou compuseram outra chapa como adversários ou inimigos e faremos uma enorme campanha rumo ao Congresso Estatutário em defesa da proporcionalidade na Diretoria do nosso Sindicato, para que a categoria não tenha que, em uma próxima eleição, lamentar que importantes lutadores fiquem de fora da Diretoria.”

Saiba tudo sobre as ELEIÇÕES DO SINTUSP: http://www.esquerdadiario.com.br/ELEICOES-SINTUSP

 
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