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GREVE GERAL NA FRANÇA
Contra os ataques de Bolsonaro, precisamos "falar francês"
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN
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Hoje a juventude e a classe trabalhadora francesas já realizaram dezenas de assembleias aprovando greve geral indeterminada até derrubar a Reforma da Previdência de Macron. Assim como Bolsonaro e Paulo Guedes, o repudiado presidente francês quer que os trabalhadores e o povo pobre paguem a crise trabalhando até morrer.

A carne subiu, o pão subiu, o desemprego também. Para aliviar? R$ 500 pra sacar agora e depois não ter direito à seguro-desemprego. A culpa de ser pobre? Para Guedes nós "não sabemos investir". A vontade de um reality show com eles vivendo com um mínimo para pagar aluguel, alimentar filhos, andar de ônibus caríssimo lotado é cada vez maior. E a principal pergunta é: o que fazer? E enquanto nossos irmãos latino-americanos tem dado enormes exemplos (a batalha dos chilenos contra o modelo neoliberal pós-pinochetista - que Guedes tanta ama - e a luta contra o golpe de Estado na Bolívia pelos trabalhadores de El Alto), do outro lado do Oceano Atlântico os franceses lançam tendência em fim de ano novamente, apoiados no exemplo dos Coletes Amarelos que questionaram a V República francesa em 2018-2019.

Para hoje construíram a maior greve geral desde 1995, batalhando para unificar os mais diversos setores da classe trabalhadora, para mostrar novamente que absolutamente nada acontece sem nós, junto à juventude universitária e secundarista, que vê sua esperança de futuro pulverizar levando-os a trabalhos cada vez mais precários. São metroviários, ferroviários, professores fazendo piquetes junto a motoristas de ônibus, mulheres com um lema objetivo: tous ensemble (todos juntos).

E a burguesia internacional se treme toda, como se não bastassem os povos latinoamericanos no Chile, Equador, Haiti, Porto Rico, a resistência contra o golpe de Estado racista na Bolívia, em um dos principais países imperialistas, um ano após os Coletes Amarelos abrirem um novo ciclo de enfrentamentos contra os efeitos da crise capitalista, voltam bastante bem acompanhados e muito mais organizados, querem derrubar a Reforma da Previdência.

Os escândalos de assassinatos de crianças e jovens negros se acumulam, enquanto ainda não engolimos os assassinatos de Ágatha e Ketelen no Rio de Janeiro, a ação assassina policial levou 9 jovens em Paraisópolis. Na França a repressão estatal também cobra vidas nas periferias de Paris, onde a fúria contra a precarização da vida pulsa ainda mais forte.

Não resta outra conclusão: para derrubar a reforma da previdência e as infernais modificações trabalhistas para a juventude, é preciso "falar francês" com Bolsonaro e a extrema direita. Um idioma de luta que, apesar dos discursos, é desconhecido pelo PT de Lula, que não vê mais que urnas eleitorais em sua frente.

Nossa classe precisa tomar para si os exemplos e lições que virão, com um mesmo lema: todos juntos, para que na França e no Brasil não trabalhemos até morrer e sejam os capitalistas que paguem pela crise.

 
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