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PARAISÓPOLIS
PMs ameaçavam moradores que tentavam ajudar pessoas em Paraisópolis: "Não é pra salvar ninguém"
Redação

Testemunhas afirmam que policiais militares impediram que pessoas fossem socorridas durante o massacre em Paraisópolis no baile do DZ7, em São Paulo. Além de bater, moradores contam que policiais diziam: "É pra ficar aí embaixo. Não vai salvar ninguém". Além disso, bombeiro cancelou o único pedido de ajuda feito pelo SAMU.

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Os moradores de Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo, relataram à TV Globo que buscaram ajudar os jovens durante o massacre que ocorreu na madrugada de sábado durante o baile funk do DZ7.

Os policiais militares, além de agredir, também impediam e ameaçavam os moradores que tentavam socorrer os jovens durante ação violenta da polícia.

Veja também: “Não houve acidente. A morte dos 9 jovens é fruto de uma política de repressão do Estado racista"

Grande parte dos jovens correram para a Viela Três Corações, que não possui saída, e na Viela do Louro, localizada a poucos metros de distância, onde ocorreu a maioria dos assassinatos. Moradores destas vielas relatam que ao tentarem ajudar os jovens eram ameaçados pela polícia militar.

Moradores protestam contra Massacre em Paraisópolis promovido pela polícia e Doria

"Quando a gente chegava perto, eles vinham com a arma para cima, tanto que chegaram até perto da minha porta. ‘É pra ficar aqui embaixo, não é pra subir’. A gente falava que queria salvar os que estavam lá. ‘Não é pra salvar ninguém", revelou uma moradora à Globo, que manteve sua identidade protegida por questões de segurança.

Fernanda Garcia, irmã de Dennys Guilherme Franca, de 16 anos, assassinado durante o massacre, afirmou que policiais militares também impediram que o amigo de seu irmão resgatasse ele: "Ele caiu e um amigo foi socorrer e o policial falou ’pode deixar que a gente cuida dele’", relatou.

Saiba mais: Doria irá garantir impunidade aos policias do massacre de Paraisópolis, PMs serão "preservados"

Além disso, um único chamado de socorro foi feito pelo SAMU no momento em que a polícia massacrava os jovens. Entretanto, o pedido foi cancelado por um soldado do Corpo de Bombeiros chamado Julio, que afirmou que "as vítimas já tinham sido socorridas pelos PMs". O cancelamento foi confirmado pela Prefeitura de São Paulo.

Os testemunhos que surgem sobre o massacre, bem como os laudos médicos que comprovam que os jovens assassinados foram asfixiados, apontam para uma verdadeira matança premeditada por parte da polícia racista de Doria. No início do ano, Doria já havia anunciado que a polícia iria atirar deliberadamente. Sob forte policiamento, Paraisópolis foi palco de uma barbárie promovida por Doria e Bolsonaro, apoiados numa política racista de extermínio da população negra e pobre.

Veja também: Dória elogia a Polícia Militar após ação terrorista causar 9 mortes em Paraisópolis

A morte destes jovens, bem como cada situação que denuncia novamente o caráter racista do Estado e de seus aparatos, não pode passar impune. Exigimos a apuração do caso e que as investigações sejam acompanhadas e fiscalizadas rigorosamente por representantes dos direitos humanos, movimentos sociais e organismos da classe trabalhadora para que os policiais envolvidos não sejam acobertados.

 
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