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EDUCAÇÃO
Sob censura dos defensores do AI-5, Enem não aborda a Ditadura Militar pela primeira vez
Redação
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Um levantamento realizado pela Folha de Sp revelou que pela primeira vez na sua história o Exame nacional do Ensino Médio não abordou o tema da ditadura militar. A prova ocorre desde 2009 - único ano em que não houve uma menção explícita ao período da ditadura militar.

Neste ano, Bolsonaro montou uma comissão de censura para impor sua visão distorcida sobre a história brasileira ao ensino.

Esta censura na abordagem do tema da ditadura tem um objetivo muito simples: Bolsonaro é um apologista do período da Ditadura Militar, tem saudades do momento em que as botas fascistas do regime corrupto dos generais pesavam sobre os ombros da classe trabalhadora. E não esconde isso de ninguém, ainda neste ano Bolsonaro afirmou que o degenerado sequestrador de crianças e torturador Coronel Brilhante Ustra seria um herói nacional. O mesmo que torturava até mesmo mulheres grávidas.

Leia também: Bolsonaro encobre crimes da ditadura para que militares torturadores continuem sem punição

Afinal de contas, apesar de Bolsonaro ter tentado se desvincular da declaração de seu filho em defesa do AI-5, a verdade é que a família Bolsonaro toda tem saudosismo do período da ditadura militar. Eduardo Bolsonaro que, diga-se de passagem e com medo que a revolta no Chile adentrasse o Brasil, deu uma aula de história ao dizer que a função do AI-5 e de medidas ditatoriais são justamente reprimir a luta dos trabalhadores e perseguir a esquerda.

Em um período como a ditadura militar não ocorreria a divulgação pela imprensa, por exemplo, da hipótese de que políticos do regime serem vinculados ao crime organizado, ou ser divulgado o fato destes conhecerem intimamente e morarem no mesmo condomínio suspeitos de assassinarem políticos da oposição como no caso Marielle, ou ainda ninguém poucos ficariam sabendo de acusações como por exemplo da prática de candidatas "laranjas" ou da "rachadinha do Queiroz" como é aventada pela própria imprensa.

Em suma, com ditadura não há espaço para denunciar os podres da casta política em geral.

Leia mais: 10 escândalos de corrupção da ditadura militar, abafados pelas Forças Armadas

Ao mesmo tempo, a tal democracia na qual vivemos é a mesma na qual se permite, mais ou menos, a liberdade para se denunciar, porém... não se investiga nada. A polícia e a casta do judiciário blindam os políticos. O STF atua como um verdadeiro partido com interesses próprios - por isso Toffoli sequer respondeu tanto a apologia de Eduardo Bolsonaro em defesa do AI-5 quanto ao ridículo vídeo do leão com as hienas. Isso se deve unica e exclusivamente ao fato de que o STF o bastião do golpe institucional, e através dele que foi possível a ascensão de Bolsonaro - através do aval ao golpe institucional com a deposição de Dilma e, depois disso, com a prisão de Lula para manipular o resultado das eleições e permitir a vitória de Bolsonaro.

Por isso, lutar por uma verdadeira não pode se dar por dentro das instituições do regime golpista, como tenta o Partido dos Trabalhadores e o PSOL. Somente através da mobilização, seguindo o exemplo do Chile - aonde está colocado na ordem do dia o debate sobre uma assembleia constituinte livre e soberana, é que é possível colocar em cheque os acordos que a atual democracia tem com a velha casta militar, com os capitalistas e com o bonapartismo institucional representado pelo STF e pelo congresso nacional, que hoje cumprem o papel de "normalizar" Bolsonaro e agregam para si cada vez mais ferramentas autoritárias.

 
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