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DÍVIDA PÚBLICA
Paulo Guedes, Robin Hood às avessas: tira dos pobres para dar para os ricos
Redação

O Ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, anunciou que pretende utilizar fundos de investimentos especiais – que são voltados às áreas de saúde, educação e meio ambiente – para abater os juros da dívida pública. São 220 bilhões de reais que deixarão de ser investidos em serviços essenciais para a população em benefício dos milionários donos dos títulos da fraudulenta dívida pública.

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Nos próximos dias o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, vai propor ao congresso um conjunto de medidas que inclui a utilização de 220 bilhões de reais que estão em fundos especiais que segundo matéria publicada hoje pela Folha de São Paulo, serão utilizados diretamente para abatimento de juros da dívida pública. Segundo o governo, o dinheiro está “ocioso”, “subutilizado” e travando o orçamento.

Existem todo um emaranhado de fundos específicos, como os fundos eleitorais, partidário, de participação e desenvolvimento e entre eles os fundos especiais. Estes fundos estão relacionados à divisão da arrecadação centralizada para o desenvolvimento regional e financiamento de políticas públicas em áreas como saúde, educação e meio ambiente nos estados e municípios. Este é o montante de dinheiro público que o governo diz estar “ocioso” e que, portanto, será utilizado para abater juros da fraudulenta dívida pública. Só pra lembrar que a Reforma da Previdência geraria uma economia para abater juros da dívida... e as centenas de privatização gerariam fundos pra quê? Para abater juros da dívida. E há muito tempo nós do Esquerda Diário viemos denunciando como funciona o mecanismo desta ilegítima dívida: um verdadeiro mar de recursos que deveriam ser investidos em serviços para a população e que vão parar nas mãos dos grandes bancos e capitalistas dentro e fora do Brasil.

Para saber mais: Dívida pública, juros para poucos e prejuízos para muitos: entenda mais sobre esta fraude

Na atual situação em que se encontra nosso país, com 12,5 milhões de desempregados e com taxas de informalidade batendo recorde – 24,4 milhões de pessoas que trabalham por conta própria, além de 11,8 milhões que trabalham no setor privado sem carteira assinada, segundo dados publicados pelo IBGE em Outubro -, parece uma piada o governo anunciar que há fundos ociosos.

A questão aqui não é se o dinheiro está parado ou se está sendo investido. A questão é onde estão as prioridades do governo Bolsonaro e seu ministro da Economia. Estão em beneficiar os patrões e empresários, donos da dívida pública, que esbanjam enquanto o povo morre à míngua nas filas dos hospitais, enquanto roubam o futuro da nossa juventude desmontando a educação pública em benefício das instituições privadas, jogam milhões no desemprego e informalidade com o desmonte da já frágil legislação trabalhista, aprovaram a nefasta Reforma da Previdência que vai fazer com que milhares de pessoas morram trabalhando, especialmente nas regiões mais pobres do país onde a expectativa de vida não chega na idade mínima aprovada no novo modelo previdenciário.

Não faz sentido para nenhum trabalhador comum a ideia de que enquanto o país está em atravessando uma crise econômica, com milhões de desempregados, com a saúde colapsada, onde doenças que eram consideradas extintas voltam a criar crises epidêmicas, transporte caro e ruim, fundos que poderiam ser utilizados para investimento em melhores condições para a maioria da população sejam alocados em pagamento de uma dívida que além de ilegal, é uma verdadeira fraude.

Esse modelo econômico que Paulo Guedes quer implantar até o final aqui no Brasil, é o mesmo que hoje a população do Chile está saindo massivamente às ruas para repudiar. É o modelo que leva que milhões de jovens não tenham emprego e terminem os estudos já endividados, pois as universidades gratuitas não existem. É o modelo onde se você adoece, faz um tratamento e sobrevive, vai ter que passar o resto da vida pagando por esse tratamento, pois a saúde pública também não existe. Onde os custos com transporte público podem chegar a um terço do salário mínimo no mês. Cabe aos trabalhadores no Brasil tomarem o exemplo de luta do povo chileno para frear o projeto neoliberal e entreguista de Bolsonaro e Paulo Guedes.

 
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