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GOVERNO BOLSONARO
A "rachadinha" de Queiroz e o "privatizão" de Paulo Guedes
Redação
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Depois de aprovada a reforma da previdência sob o silêncio das centrais sindicais, podemos dizer que o governo de Bolsonaro está em sua fase decisiva de ataques contra os trabalhadores e o povo pobre.

Não só a reforma, que Temer, por exemplo, não conseguiu levar adiante, mas além disso a carta branca para Paulo Guedes privatizar tudo o que existe no país. Junto à isto, também está sendo levada adiante uma das maiores entregas de reservas do Pre-sal, a "cessão onerosa", marcada para o dia 6 de novembro - a maior privatização do petróleo da história mundial. E o quarto ataque da lista, uma "reforma administrativa" que visa acabar com a instabilidade dos servidores públicos criando um vínculo de trabalho "próprio", nem celetista nem estatutário, que pode vir acompanhada de mecanismos para facilitar a demissão de servidores.

O Brasil delineia um trajeto de mais dependência do imperialismo ao mesmo tempo que em lança mão do receituário neoliberal, o "sonho de país capitalista" de Paulo Guedes, modelo aplicado no Chile, país que hoje vive jornadas revolucionárias contra o governo de direita de Piñera.

É neste contexto em que a Folha de São Paulo e o Jornal o Globo lançaram uma iniciativa conjunta de simultâneo desgaste e manobra: os áudios referentes à "rachadinha" - a prática de políticos que indicam servidores a cargos de assessoria etc, e recolhem o salário em troca - implicando Queiroz, ou ainda a acusação de uso de funcionários fantasmas por parte do clã Bolsonaro, são fatos utilizados pela grande imprensa para tentar colocar estas reformas e ataques em segundo plano.

Leia também: Guedes e Bolsonaro tramam nova medida para exterminar a saúde e a educação

As denúncias que nos referimos são as acusações de que Jair Bolsonaro teria uma funcionária fantasma chamada Cleide, caso investigado pela reportagem da Folha ainda antes da eleição presidencial, em 2018. Junto à ele, a acusação da "rachadinha" ligada ao levantamento financeiro dos políticos da Alerj - pegando Flávio Bolsonaro - através da Coaf. No primeiro áudio, a imprensa acusa de que a negociação de cargos por parte de Queiroz não teria parado mesmo após as denúncias no início do ano.

No segundo áudio, ainda, Queiroz teria dito inclusive que não se sente seguro pois o MPF teria "um cometa para enterrar na gente [nele]". Nada mais longe da realidade, até agora, em que o STF deu salvaguarda ao clã e arquivou o processo.

Neste jogo, o interesse da imprensa é bem claro: desgastar o governo Bolsonaro sem impedir de maneira alguma as reformas privatistas e anti populares de Paulo Guedes. Preparar o terreno para a volta dos representantes tradicionais da Burguesia nacional - afinal, o golpe que iniciou em 2016 e culminou com a prisão de Lula antes das eleições de 2018 tinha como objetivo botar Alckmin e não Bolsonaro.

Junto à isso, a grande imprensa, interessadíssima na agenda de ataques compartilhada por Bolsonaro e por todos agentes do regime golpista, fornece também uma "diversão", ou facilitam a confusão das massas por parte os agentes da oposição: este ambiente também trabalha para o pacto entre o regime golpista e as centrais sindicais, o PT e o PCdoB e a esquerda institucional que não luta nas ruas contra as reformas por medo do resultado que a luta de classes pode levar. A ilusão de que o mero desgaste político - como escândalos midiáticos de corrupção - também serve para controlar as massas, criando a ilusão na estratégia de se esperar até as eleições de 2022, ou ainda, criando a ilusão em um pacto com os próprios agentes do regime golpista - o STF e o Congresso Nacional - para, em um futuro não tão distante, afastar Bolsonaro depois deste entregar todos os ataques exigidos pelos capitalistas nacionais e internacionais.

 
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