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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
A precarização do trabalho no Brasil e suas consequências para os metroviários e a população
Redação

Estamos vivendo um momento crítico no Brasil com a crise econômica onde os governos querem fazer com que os trabalhadores paguem pela crise para seguir mantendo seus lucros, e todas as categorias do país amargam a precarização do trabalho com a reforma trabalhista e o avanço das privatizações, no país onde metade da população brasileira hoje sobrevive com até R$500 de renda*, 12% da população segue desempregada e agora temos aprovada a absurda reforma da previdência que vai fazer com que o povo não se aposente e trabalhe até morrer. No Metrô de SP não é diferente: cada dia mais menos direitos, menos empregos, mais horas trabalhadas, menores salários e mais terceirização. De que forma barraremos os ataques que estão destinados a nós, trabalhadores? 

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O cenário do mundo do trabalho hoje no Brasil de Bolsonaro se resume em desemprego, baixos salários, informalidade, maior carga de trabalho e serviços de baixa qualidade, que atravessam o caminho de dezenas de milhões de pessoas, principalmente as mulheres e os negros, fazendo com que o povo pague por uma crise que ele não criou. O discurso de "modernização" propagado pelo governo esconde por trás de si um verdadeiro desmonte dos direitos mais básicos que o trabalhador já conquistou. Privatizar os lucros e socializar os prejuízos: essa frase expressa bem o que passamos nos dias de hoje, no Metrô de SP e em todo o país. 

Quando o país crescia entre 3% e 5% ao ano durante o governo Lula algumas migalhas eram jogadas para os trabalhadores, enquanto os empresários lucravam como "nunca antes na história desse país". Com a chegada da crise em nosso país em 2014, a burguesia brasileira buscou descarregar todo o ônus nas costas de quem trabalha. Não satisfeitos com os ataques já disparados pelo governo Dilma, como o corte de 50 bilhões do orçamento neste governo, as elites brasileiras apoiadas pelo Imperialismo promoveram o golpe institucional para colocar no lugar de Dilma um governo que atacasse mais rápido e de forma mais eficiente os direitos do trabalhador. 

Em 2019 vivemos os frutos do golpe, com nenhuma perspectiva de melhora na economia, muito desemprego e precarização dos serviços públicos. No Metrô de SP podemos ver os ataques contra os direitos dos trabalhadores de forma bastante contundente. Nos últimos anos foram centenas de demissões justificadas por "baixa produtividade", ou mesmo não justificadas, restringiu-se o treinamento de bilheteria para fazer avançar a privatização e terceirização das bilheterias, assim como diminuiu-se o salário dos metroviários novos em comparação aos funcionários mais antigos.

Com o avanço do Plano de Demissão Voluntária (PDV) enxugou-se o quadro de funcionários enormemente, sem a devida reposição do quadro de funcionários para atender a população, além dos grandes ataques contra a escala de trabalho que seguem em curso, para fazer com que os metroviários trabalhem mais ganhando menos, como a tentativa da empresa de agora aumentar em 10 horas a jornada semanal dos trabalhadores da Central de Controle Operacional (CCO), dos quais depende a segurança e supervisão da circulação de todos os trens do Metrô, gerando uma sobrecarga de trabalho que aumentará a chance de acidentes, expondo toda a população a esse risco com redução de salário, além de quererem a retirada do adicional periculosidade. Tudo isso acarreta, dia após dia, além de um custo muito grande à população, que sofre com o serviço público prestado de forma cada vez mais precária por um valor bastante caro para se transportar, oferece também problemas de segurança ao passageiros que utilizam o sistema metroviário. 

Combinado a isso se escala a repressão contra àqueles que lutam cotidianamente contra os desmandos da empresa, e resistem. Nos últimos dias um trabalhador, membro da CIPA, foi suspenso por defender a saúde e segurança dos metroviários numa reunião ordinária da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), uma demonstração clara de tentar calar a voz dos metroviários e fazê-los engolir as situações de insegurança que lhes são oferecidas. 
 
A relação da precarização do trabalho do Metrô está inserida numa reestruturação nacional do país no âmbito do trabalho, onde querem que se trabalhe mais pra se ganhar menos, mesmo que isso aumente o risco de graves acidentes para funcionários e passageiros, querem que os trabalhadores deixem suas vidas no trabalho para aumentar os lucros do patrão e dos governos corruptos. No Brasil a precarização do trabalho está ocorrendo a passos largos, como por exemplo o Rappi e o aumento exponencial da informalidade, e agora no Metrô querem avançar ainda mais com toda a reestruturação e a famosa "modernização". O que o Metrô de SP chama de "Gestão 5.0" para "aumentar a produtividade", os trabalhadores devem ler como aumento da exploração do trabalho para aumentar os lucros do Metrô em detrimento do trabalho do metroviário e aumento da precarização. 

Torna-se urgente a unidade dos trabalhadores de todo Brasil para barrar isso. É necessário uma campanha sistemática contra o avanço patronal em nossos direitos básicos. Todos os sindicatos e centrais sindicais devem romper a inércia e unificar as fileiras dos trabalhadores, juntando efetivos e terceirizados, exigindo a efetivação de todos com os mesmos direitos e salários. Não podemos mais dividir nossas lutas, é necessário tomar o exemplo dos trabalhadores e jovens equatorianos e chilenos que saíram para as ruas em luta contra seus governos ajustadores de direitos. 
 
Chamamos o Sindicato dos Metroviários de SP a levantar esta bandeira, convocando a partir dos metroviários esta campanha nacional contra a precarização do trabalho no Metrô e fora dele, unificando nossa batalha contra a precarização do trabalho numa só voz no país. Ontem, dia 24, os metroviários realizaram uma assembleia em que repudiaram amplamente os ataques que a empresa quer impor contra a categoria, que implica na precarização dos serviços prestados à população, e aprovou-se a denúncia da precarização do trabalho em cartas abertas à população e denúncia no jornal, a ampliação das reuniões de base, utilização de adesivos a partir do dia 4/11, novas reuniões no sindicato na semana que vem, e nova assembleia para a semana do dia 4. Veja abaixo a intervenção de Rodrigo Tufão, operador de trem do Monotrilho (Linha 15 Prata) e diretor recém eleito para o Sindicato dos Metroviários, chamando o Sindicato a tomar a frente desta importante campanha contra a precarização do trabalho:

* Veja mais sobre esta pesquisa em "Metade dos brasileiros vive com menos de R$500: os frutos do golpe, das reformas e ajustes"

 
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