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GREVE DOS PROFESSORES
Apesar da Apeoesp, professores estaduais paralisam e vão às ruas contra Doria
Redação

Nova portaria imposta pelo governo Doria, impõe sistema de atribuição de aulas arbitrário, tendo como objetivo dividir a categoria de professores, demitir os professores categoria O e precarizar ainda mais a vida dos docentes e alunos da rede Estadual de São Paulo.

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Centenas de escolas da rede estadual de São Paulo paralisaram hoje contra a nova resolução apresentada pelo governo Doria, que na prática acaba com a possibilidade de acumulo de cargos, tão necessário aos professores por seus baixos salários, ameaçando a estabilidade do professor concursado e aprofundando a precarização do trabalho dos docentes e da educação dos alunos da rede.

Leia mais: Ataque de Doria à educação e aos professores

Mesmo sem a direção majoritária da Apeoesp, com apoio de setores da oposição, ter construído com força o ato convocado e sem ter chamado paralisação das escolas, grande parte de professores da rede estadual fecharam total ou parcialmente suas escolas e foram às ruas lutar contra mais esse ataque do governo Doria. Mais de 1500 professores se concentraram na frente da Secretaria de Educação.

Surpreendidos pelo expressivo movimento dos professores e sua vontade de resistir, a direção majoritária propôs que o ato se tornasse uma assembleia, para não saírem tão mal localizados com os professores. Com verborragia radical propuseram nada mais que um debate de novo ato e seu trajeto, impondo mais uma vez uma assembleia que debate somente datas e locais. Nada foi proposto ali para aproveitar a força dos professores para mandar um recado claro ao governo.

O Movimento Nossa Classe Educação e outros setores minoritários da oposição propuseram que se votasse ali uma comissão de professores para tentar ser recebida pelo secretário, que ficaria pressionado pela força dos professores. Também foi proposto por Maíra Machado, professora de Santo André e diretora da Apeoesp pelo Nossa Classe Educação, que se votasse ali comandos de mobilizações impulsionados em todas as regionais para construir a nova assembleia dia 18 de outubro. As propostas foram muito bem recebidas pela categoria, mas mais uma vez Bebel Noronha, presidente do sindicato e deputada estadual do PT, mostraram que não estão dispostos a deixar que os professores tomem as decisões por sua própria luta e se negou a votar as propostas feitas, mesmo sob protesto dos professores na assembleia.

Essa nova medida serve para dividir a categoria, impondo um sistema de atribuição de aulas arbitrário, que não foi debatido com os professores reais. Essa resolução prejudica bastante os professores que optam por uma carga horária menor, para conseguir acumular cargo com outras redes e complementar a renda, ou seja, prejudica quem precisa ter mais de um emprego para sobreviver e cuidar de suas famílias. Ainda que esse professor tenha muito tempo de trabalho no estado sairá prejudicado, já que a portaria estabelece maior pontuação para professores que possuíssem maior carga horário, para que ele trabalhe exclusivamente para o Estado, com o mesmo salário precário que esse professor recebe hoje. Além disso, auxilia que o governo não chame novos concursos públicos ou abra inscrições para professores contratados. Pior, pode levar à uma nova onda de demissões dos professores precários da categoria O, já que não terão chance de assumir aulas.

A cada passo dado, seja do governo de Covas, Doria ou Bolsonaro, percebemos o quanto querem acabar ainda mais com a educação pública. Querem tirar o futuro dos alunos e atacar os profissionais da educação, considerados os grandes inimigos por esses governos reacionários. Dividir a categoria se torna estratégico para o governo, tendo em vista que os profissionais da educação carregam em si uma história repleta de lutas pelo direito à educação pública nesse país e contra a precarização nas vidas de estudantes e trabalhadores.

Com certeza os professores gostariam de ficar em apenas uma escola e com seu tempo dividido com espaços para preparo de aulas, debates e formações pedagógicas. Mas não podemos nos enganar, essa resolução arbitrária de Doria e Rossieli não dá aos professores melhores condições de trabalho, ao contrário. Qualquer proposta minimamente séria, deve partir de aumento real nos salários de fome dos professores estaduais.

Por tudo isso o Nossa Classe Educação defende a revogação da Resolução nº 6, que impõem os ataques citados, bem como a efetivação, sem a necessidade de concurso, dos professores contratados, já que há anos atuam com as mesmas responsabilidades que os professores efetivos. Abertura imediata de novas salas de aula e com isso diminuição do número de alunos por sala de aula.

Na assembleia do dia 18 de outubro, na Av. Paulista, é preciso que a categoria tenha voz e possa defender suas demandas e propostas para a continuidade da luta. Que a assembleia seja aberta para que todos possam falar e delibere um plano de luta efetivo. Mas para que essa assembleia não seja uma nova assembleia de calendário é preciso que nas regiões o sindicato mobilize as escolas e debata com a comunidade escolar.

Veja a fala da Professora Maíra Machado, do Movimento Nossa Classe Educação e Diretora Executiva da Apeoesp pela oposição, durante a Assembleia de Professores. Maíra Machado denuncia a direção majoritária da APEOESP e é vaiada pela base dessa burocracia que tenta frear a luta dos professores.

 
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