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Reintegração de posse
Paginas de direita fizeram campanha contra ocupação em Carapicuíba
Redação

Veja como as paginas de direta nos bairros de periferia atuam fortemente na política local como parte de um sistema complexo de controle e manipulação do trabalhadores na periferias da grande SP.

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Marcos Neves (PV), o atual prefeito de Carapicuíba, a COHAB-SP (gerida pela prefeitura de SP Bruno Covas) e o Governo de Estado, de João Doria, estão em uma verdadeira operação contra as ocupações por moradia no estado. Em Carapicuíba essa operação já contou com dezenas de ameaças aos moradores, repressão policial e um forte operativo nas redes para impedir que os trabalhadores da região, moradores da COHAB, apoiem os moradores da favela do escadão.

Dia 30 de agosto houve uma manifestação em que os moradores pediam uma reunião com o prefeito que não os atendeu. Neste mesmo dia os moradores foram duramente reprimidos pela PM e depois desse momento as manifestações contaram com ações mais radicais. As lideranças da ocupação afirmam que estas ações, como a queima de um ônibus, não faziam parte do movimento contra a desocupação. Mas a prefeitura, junto de várias páginas de direita da região, passaram a usar a queima desse ônibus como brecha para colocar os moradores da COHAB contra a ocupação, fazendo uma forte campanha pelo facebook e whatapp.

Essas paginas de noticias nos bairros de periferia, na maior parte das vezes agem como os programas policiais das redes de TV. Compartilham alguns serviços e eventos locais, mas o forte delas é uma enxurrada de noticias sobre criminalidade, enaltecimento do papel do policiamento local, de políticas publicas como iluminação e pautas ligadas a segurança. Muitas vezes são ligadas a alguma figura local, como assessores nas prefeituras, vereadores, pastores ou ate mesmo ao próprio prefeito. Não é raro também defenderem o governo Bolsonaro através das medidas consideradas mais “populistas” como as alterações nos pontos da CNH e as pautas dos "costumes". Ou seja, comprem o papel de propagar uma forte ideologia conservadora nos trabalhadores e junto com a cascata de vídeos muito bem pensados – como os famosos de policiais espancando menores de idade - e memes de direita que bombardeiam os grupos de whatsapp fazem parte da complexa plataforma online de cooptação a direita da revolta dos trabalhadores.

Em Carapicuiba essa plataforma tem sido usada a todo vapor para colocar os trabalhadores que moram nos conjuntos habitacionais contra os que moram na ocupação do escadão. Dia 10, dois dias antes da data da reintegração, uma das paginas compartilhou a seguinte imagem para amedrontar os moradores:

Esse operativo deu bastante certo, a poucos dias houve um levantamento de que 68% da região é a favor da reintegração e 32% é contrária. Hoje de manhã poucas pessoas saíram nas ruas e os comércios estavam todos fechados na região. Outra evidencia do operativo nas redes é que em entrevista ao SBT Marcos Neves faz questão de pedir ao entrevistador que pergunte aos moradores da região qual a opinião deles sobre a reintegração, na maior segurança de que estava assegurado nessa questão.

A COHAB e grande parte da cidade de Carapicuíba é formada por ocupações irregulares tanto para moradia quanto para comércios que ao longo dos anos foram gerando conflitos e a partir desses conflitos foram se formando e regularizando os bairros de praticamente toda a região. Esse é o histórico de boa parte dessa região, uma grande cidade dormitório que concentra mão de obra que enriquece diversas empresas principalmente em Barueri (Alphaville), mas também em Osasco e São Paulo. Em um momento em que as taxas de desemprego só aumentam e que a tendência é que mais trabalhadores sejam empurrados para as favelas e ocupações por não aguentarem os alugueis a solução para esses problemas de moradia deveria passar primeiro por grandes planos de obras publicas para moradias dignas para a região, empregando os trabalhadores desempregados e que fosse financiado não somente pelo município, mas por toda a região que se beneficia da mão de obra da cidades.

 
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