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EDUCAÇÃO
Estudantes da UFSC são os primeiros a entrar em greve contra os cortes na educação
Redação

Desde a semana passada os estudantes da UFSC ja haviam mobilizado mais de 50 cursos que aderiram à paralisação ou entraram em estado de greve. Nesta terça-feira 10, foi definida a greve geral estudantil por tempo indeterminado na UFSC em uma assembleia imensa, com mais de 2 mil estudantes.

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A greve foi deliberada com o objetivo de construir uma Greve Nacional da Educação, que possa fazer frente ao projeto de desmonte e de privatização das universidades públicas e que possa barrar o projeto Future-se e revogar imediatamente os cortes de despesas nas universidades junto com os cortes das bolsas de pesquisas de pós-graduação, com a formação de um Comitê para mobilizar a comunidade externa em defesa da UFSC.

Dentre as pautas, estão reversão no corte de bolsas do CNPq, a rejeição ao programa Future-se, a manutenção do Restaurante Universitário (RU) aberto, a readmissão de funcionários terceirizados que foram demitidos após a UFSC ter que revisar contratos de serviços por conta da redução orçamentária, além de manifestações de apoio à UFFS, que protesta contra a nomeação do novo reitor, que foi o terceiro colocado na eleição interna feita com a comunidade acadêmica.

A universidade já havia rejeitado o projeto Future-se em outras assembleias, pois é mais uma proposta nefasta do governo Bolsonaro, que casa seus objetivos com o plano econômico privatista e neoliberal de Paulo Guedes, e visa abrir ainda mais o espaço para as empresas privadas dentro das universidades públicas e assim dar ainda mais força aos grandes monopólios da educação, como ao grupo Kroton que é dono da Anhanguera e de inúmeras outras universidades privadas.

Para além disso, o Future-se vem para sucatear as instituições de ensino superior com um enorme controle ideológico, precarizando a produção de conhecimento científico e tecnológico voltado para a população, fazendo com que o Brasil seja cada vez mais o “fazendão do mundo”, e destinando o conhecimento produzido somente aos interesses do grandes empresários, especialmente aos do agronegócio. O governo Bolsonaro abre cada vez mais espaço para o agronegócio como seu grande aliado, liberando inúmeros tipos de agrotóxicos na produção de alimentos e declarando seu ódio e desprezo aos povos indígenas ao invadir suas terras e dizimar sua população.

Esse projeto educacional, junto com os cortes de bolsas, é a concretização do que Bolsonaro sempre defendeu: o projeto de uma universidade onde qualquer pensamento crítico é sufocado pelos interesses da elite nacional atrasada, majoritariamente latifundiária, de raízes escravocratas, que destrói a Amazônia com sua sede de lucro, e pelos interesses das empresas estrangeiras, que estão a serviço dos interesses do imperialismo. Isso porque serão estes setores os responsáveis por administrar os recursos das universidades, definindo quais pesquisas e quais cursos receberão financiamento ou não.

Todos esses ataques brutais de Bolsonaro à educação fazem parte de um projeto de país maior que não se descola em um centímetro de seu objetivo de descarregar nas costas dos trabalhadores e da juventude a crise capitalista. Com a nova reforma trabalhista, com a terceirização irrestrita e com a reforma da previdência, Bolsonaro ataca toda a juventude e os trabalhadores fadados ao desemprego, ao emprego precário e sem direitos e com uma perspectiva quase nula de se aposentar, e por isso o governo vê a necessidade de atacar as bases educacionais que formará os trabalhadores para um emprego cada vez mais miserável. Por que um trabalhador de rappi precisaria de ensino superior? É o que Bolsonaro e Guedes se perguntam o tempo todo.

Nesse contexto é muito importante o exemplo que dão os estudantes da UFSC ao se posicionar de forma tão dura e de rejeitar o Future-se nas instâncias da federal. Esse é um primeiro e importante passo para derrotar o projeto, e ir acumulando forças para que se possa enfrentar outras medidas de ataque do governo contra a educação, batalhando para unificar a luta entre graduandos e pós graduandos das universidades federais e estaduais.

Nesse sentido, é preciso se apoiar nesse exemplo para massificar e ampliar a luta, para que todos os estudantes que estão indignados com o projeto de governo possam transformar isso em organização para barrar os ataques à educação, à ciência e ao trabalho. As demais universidades públicas, que estão sendo diretamente atacadas, precisam tomar a UFSC como exemplo realizando assembleias para discutir os próximos passos da mobilização, e agora, mais do que nunca, é preciso ser tarefa central da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da ANPG (Associação Nacional de pós graduandos) convocar imediatamente assembleias massivas nos locais de estudo onde estão, e não deixar a UFSC isolada de forma consciente nesse processo de luta, impondo uma derrota aos estudantes que ficarão sem bolsa e terão que abandonar suas pesquisas no próximo semestre.

 
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