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ARTE E CULTURA
Em Porto Alegre: "Um: e o Mesmo?", uma peça-show sobre Filosofia e Crítica Política
Redação

Ocorrerá agora nos dias 16, 23, 30 de outubro e 6 de novembro, a peça-show “Um: e o Mesmo?”, um evento teatral que tratará uma reflexão política social consultando a tradição filosófica ocidental e seus limites.

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Ocorrerá agora nos meses de outubro e novembro a peça-show “Um: e o Mesmo?”, um evento teatral que tratará uma reflexão política social consultando a tradição filosófica ocidental e seus limites. E levando em conta a importância do debate político e reflexões mais profundas para a esquerda frente a um governo autoritário e de extrema direita do Bolsonaro onde os ataques aos trabalhadores e os setores oprimidos estão na ordem do dia.

Segue abaixo a descrição do evento, o local e as datas

Um absoluto desgoverno. Retrocesso. Escancarados flertes com o fascismo. Essas são expressões hoje cotidianas, internalizadas e quase naturais: pinturas de um quadro que até extravasa o contexto brasileiro. Ao lado disso, outra série de constatações: esquerda fragmentada; movimentos políticos sem força; censura; e, o que certamente é pior, apatia política. Haverá uma só pessoa em plena consciência que negará o fato de que esse é o nosso cenário? Possivelmente não.

O questionamento já não diz respeito, de todo, à situação, mas obviamente à ação. Ninguém sabe o que fazer. O estado atônito generalizado é prova concreta disso. A má organização dos movimentos políticos, banhadas por um sentimento contínuo de derrota, apenas mais uma evidência. Ainda assim, o fato histórico e universal é o mais trivial: pode-se abandonar a guerra, mas não se pode esperar que, com isso, a guerra acabe. Assim... “O que é esmagado que se levante/O que está perdido lute”.
Os versos anteriores, de Elogio da Dialética, nem sempre são creditados a Brecht. Mas Brecht é aqui convocado não por uma poesia ou outra que fez ou deixou de fazer, mas pela vida que construiu na arte, em especial no teatro. Um dos maiores diretores e teóricos da dramaturgia que o século passado teve, Brecht clamava pelo que a arte é sempre, inescapavelmente: política. Se nos tempos atuais a resposta à questão “o que podemos fazer?” é opaca, precisamos lembrar de Brecht. De Brecht, de Ibsen, de Boal, de Chico, Caetano. Numa palavra, temos de lembrar e reavivar a ideia, o projeto, da arte enquanto transformadora social, enquanto um elemento fundamental que compõe o front de resistência e atuação política. É por este caminho que vai o espetáculo “Um: e o Mesmo?”.

Nem teatro. Nem concerto. Mas as duas coisas juntas. Alinhando formas de expressões artísticas diferentes, o propósito maior de “Um: e o Mesmo?” é pensar e criticar a política de um modo que apenas a arte consegue, que é o modo sensitivo. Qual é a natureza do viver, do sentir a política hoje? E além da consciência emocional, como fazemos política hoje? Quais são as nossas ideias mais recônditas por trás de uma conversa engajada, uma manifestação, um voto? E antes de tudo isso: o que o nosso tempo nos obriga a fazer inconscientemente? Será que, fato, vive-se um irrefreável eterno retorno histórico, uma mesmidade? É duvidoso. Tampouco é pretensão do espetáculo responder tudo isso. Ao menos não da forma esperada.

A ideia do espetáculo é simples: um balanço, um diagnóstico e uma... sugestão. Sem romantismo, sem saudosismo, o espetáculo constrói, no palco, o agora. O agora em forma de melodias, o agora em forma narrativa. Como o agora não anda lá tão claro, poderia ser de bom tom consultar uma mente esclarecida, sábia e vivida. Sócrates, talvez? De fato, Sócrates poderia ser um bom conselheiro. E de fato ele lá aparece, mas não enquanto filósofo. Em todo caso, não se deve esperar o épico. Em verdade, não se deve esperar nada. A esperança, já diziam, acabou com a América Latina. No máximo, é permitido esperar, com alguma sorte, a resposta ao nome do espetáculo.

FICHA TÉCNICA

ESPETÁCULO PARTE 1 – PEÇA

Sinopse: depois dos louros de uma vida calculada, livre e racional, Marjorie é condenada por si mesma. Em seu cárcere mental assombrado, recorre à última figura na qual deposita todas as suas esperanças: Sócrates. No entanto, o que não sabia, mas depois entendeu, é que seu problema precisava de uma resposta que nem a Filosofia, nem qualquer ciência poderia dar nos tempos de hoje. Ela precisava... de uma verdade-não científica. Uma verdade sensitiva.

Texto/Direção: Matheus Cenachi
Elenco: Juliana Sixel, Dionísio Farias, Rose Canal, Rafaela Nunes, Matheus Cenachi e Jean Caldas
Figurino: Márcia Laux
Produção Musical: Jean Caldas

ESPETÁCULO PARTE 2 – CONCERTO

Apresentação ao vivo do disco “Mesmidade”, de Jean Caldas.
Composição/Voz/Guitarra/Violão: Jean Caldas
Baixo: Pedro Webster
Bateria: Rodrigo Hoerlle
Teclados: Jackson Spindler

SERVIÇO:

Local: Teatro de Arena (Av. Borges de Medeiros, 835 - Centro Histórico, Porto Alegre)
Datas: 16, 23, 30 de outubro e 6 de novembro
Horário do Espetáculo: 20h
Ingressos:

  •  Inteira: R$20,00
  •  Meia: R$10,00 (estudantes, classe artística e idosos)
    Classificação: 14 anos
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