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MILITARISMO
O que acontece dentro das 203 escolas que Bolsonaro militarizou?
Redação

Em escolas cívico-militares – o novo modelo de “quartel mirim” que vem sendo imposto pelo atual governo – rigidez e cerceamento na liberdade de expressão são os métodos usados para a “disciplina” de alunos, dentro e fora do ambiente escolar.

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Foto: Colégio Tiradentes – Belo Horizonte (MG)

Com cortes na educação e com violento ataque contra as universidades e a pesquisa científica, o governo vem avançando em seu projeto reacionário da ampliação da quantidade de escolas do tipo cívico-militar. O projeto prevê conseguir a adesão de 54 escolas por ano até 2023. Até o momento, 203 escolas já aderiram.

Na área interna destas escolas, o uniforme usado é uma espécie de farda; todos os meninos devem ter o cabelo curto, no “estilo militar”; as meninas somente podem entrar na escola com o cabelo preso; tatuagens e piercings são proibidos; e os alunos não podem nem andar de mãos dadas. A cada descumprimento das regras, os alunos perdem pontos. Se caso um funcionário do estabelecimento que o aluno estuda, o ver na rua descumprindo regras que a escola impõe, o estudando também será punido e perderá pontos.

Tais regras já geram manifestações contrárias ao modelo seguido por essas escolas. O Ministério Público Federal da Bahia, divulgou ser contrário a essas regras impostas, denunciando que seguem uma atuação autoritária sobre as crianças e os jovens, cerceando a liberdade de expressão dos mesmos. “As escolas públicas são para comunidade geral, alunos com diferentes vocações e personalidades, não se pode suprimir as individualidades. Os alunos necessariamente não querem ser militares, podem querer ser artistas, por exemplo”, disse o procurador do Ministério, Gabriel Pimenta.

O reacionário atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), já assinou um decreto de regulamentação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Os Estados e o Distrito Federal deverão indicar, agora no mês de setembro, 2 escolas da rede pública para se transformarem nesse tipo de “quartel de autoritarismo”.

A mídia golpista vem divulgando dados sobre o “nível” de educação que está sendo alcançado nessas escolas, se utilizando de comparações com os índices de Desenvolvimento da Educação Básica das redes públicas. Entretanto, a mídia não fala sobre o altíssimo investimento que o governo aplica nestas escolas.

Leia Mais: Governo pretende investir 1 milhão de reais em cada escola que aderir ao projeto

Os alunos das redes públicas – federais, estatuais, distrital e municipais – “assistem” suas escolas sendo precarizadas em todos os sentidos – desde a falta de estrutura física das unidades escolares, até a falta de professores, merenda, material didático, etc – tendo que engolir “goela abaixo” a precarização de suas próprias vidas. Nas universidades, os ataques, não só de cortes orçamentários, mas também ideológico, são extremamente estratégicos para o governo, sendo assim importantíssimo também os cortes contra as pesquisas científicas. Diante disso, a mídia golpista ainda acha natural comparar escolas das redes públicas, com escolas cívico-militares, que atuam em combate ao livre pensamento dos estudantes e dos trabalhadores.

Segundo o projeto, a adesão das escolas seria voluntária, mas, segundo declarações de Bolsonaro: "Me desculpa, não tem de aceitar, tem de impor", disse ele. Ou seja, na visão do atual governo, nossas escolas devem se transformar em “quarteis” ideológicos da extrema-direita, impondo-se uma educação autoritária militar aos alunos, à comunidade e a todos os trabalhadores da educação. Até porque, para Bolsonaro, a “democratização do ensino” é um problema das gestões passadas.

Novamente, pode-se perceber o quão importante é para Bolsonaro manter os estudantes, professores e outros trabalhadores da educação, sob “rédeas curtas”; exatamente porque estes já demonstraram grande energia de luta contra os ataques dos capitalistas, daqueles que querem descarregar a crise em nossas costas.

 
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