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PROTESTOS EM HONG KONG FAZEM GOVERNO RECUAR
O Governo de Hong Kong retira o projeto de lei de extradição que desatou os protestos
Redação

A chefe do executivo Carrie Lam comunicou que apresentará a iniciativa para remover a lei. Os manifestantes insistem que deve se cumprir todas as suas demandas.

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Depois de três meses de protestos que geraram a crise mais grave da década, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou esta quarta-feira a retirada definitiva do projeto de lei que deflagrou as manifestações, embora não cedeu às outras demandas dos manifestantes.

"O Governo retirará formalmente o projeto de lei para tranquilizar completamente as preocupações públicas", assegurou em uma declaração televisionada, gravada previamente, a chefe do Executivo.

O pedido para retirar definitivamente esta lei era uma das cinco exigências dos manifestantes para cessar os protestos que levam mais de três meses, ao qual esta semana havia se somado, desde esta segunda-feira, um boicote às aulas por parte dos estudantes de oito universidades e vários institutos de educação superior, que tem liderado um movimento de protesto que já acumula 1.117 detidos.

O restante das reivindicações são o estabelecimento de uma comissão independente que investigue a brutalidade policial, a retirada de acusações contra os detidos pelos protestos, a retirada do qualificador de "revolta" sobre as manifestações e a aplicação do sufrágio universal para a eleição do chefe do Executivo local.

Nenhuma destas outras reivindicações foram aceitadas pela líder de Hong Kong. "Eu reconheço que estas medidas podem não ser capazes de abordar todas as queixas das pessoas na sociedade. Porém, deveríamos pensar profundamente se a escalada de violência e distúrbios é a resposta? Ou se é melhor sentar para encontrar uma saída através do diálogo", disse Lam, omitindo qualquer referência à repressão policial que aumenta a cada manifestação.

Lam reconheceu que após os protestos ficou claro que "o descontentamento se estende muito mais além do que projeto de lei" e "abrange questões políticas, econômicas e sociais". O vídeo foi publicado depois que a chefe do Governo se reuniu com um grupo de legisladores próximos ao governo central chinês e delegados de Hong Kong no Congresso da China.

A líder do Governo já havia anunciado em 15 de junho a "suspensão do projeto de lei" e sua "morte", e "fracasso total" algumas semanas depois, mas esta é a primeira vez que explica como vai ocorrer a retirada desta lei. A mesma era rechaçada já que haveria a possibilidade de que ativistas locais, jornalistas críticos ou dissidentes residentes em Hong Kong poderiam ser enviados à China continental para serem julgados. No último ano na China continental aumentaram as detenções contra dezenas de ativistas estudantis, operários e militantes que apoiam as lutas dos trabalhadores.

O conteúdo do anuncio oficial foi filtrado, horas antes de sua divulgação, por vários meios locais, que gerou as primeiras reações que não apontam para o fim da crise já que os manifestantes insistem que se deve cumprir as cinco reivindicações. "Cinco demandas, nem uma a menos", foi um dos principais motes cantados nas marchas.
O Governo da ilha esperava que o movimento se extinguiria, especialmente pela volta as aulas dos estudantes, um dos setores mais ativos nos protestos. Porém, o movimento não demonstrou sinais de ceder, já que tanto a policia como os manifestantes subiram a aposta um contra o outro durante as últimas duas semanas.

Os protestos começaram rechaçando o projeto de lei de extradição que hoje retira a chefe do Executivo. Mas as manifestações foram evoluindo nas últimas semanas para demandas mais amplas de mecanismos democráticos da ilha de Hong Kong, uma região administrativa especial da China desde que deixou de ser colônia do Reino Unido, em 1997 mediante um acordo entre Pequim e Londres.

 
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