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REPRESSÃO
Indulto de Bolsonaro a policiais assassinos é carta branca para repressão estatal
Redação

A concessão dos indultos dá carta branca à polícia para usar de extrema violência matando negros e pobres, principais reféns da política de “guerra às drogas” e vítimas do racismo.

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FOTO: Protesto em memória do músico Evaldo dos Santos, morto pelo Exército no Rio, em abril - MAURO PIMENTEL/AFP

No último sábado, Bolsonaro afirmou que em breve pretende conceder indulto para os policiais responsáveis pelo massacre de Eldorado dos Carajás, pela chacina em Carandiru e pela ação em sequestro do ônibus 174, ocorrido no Rio de Janeiro, em 2000. As afirmações vieram durante almoço com jornalistas no quartel general do exército. No entanto, a conversa não pôde ser gravada nem anotada.

O presidente afirmou também que se puder, não perdoará só os policiais comandados nas operações, mas seus líderes que comandaram os massacres como o de Carandiru, em que, após uma rebelião, a polícia entrou no presídio atirando em diversos detentos que sequer ofereceram resistência, provocando uma chacina com 111 mortos.

Bolsonaro chegou afirmar que “Se o comandante do Carandiru (coronel Ubiratan Guimarães) estivesse vivo, eu dava indulto pra ele também", reforçando seu programa de genocídio da população negra e pobre, principais reféns da política de “guerra às drogas” e vítimas do racismo que coloca um alvo em suas cabeças.

Em outro caso citado pelo presidente como digno de indulto, o terrível massacre em Eldorado dos Carajás comandado pela Polícia Militar matou 19 sem-terras, em abril de 1996. Na rodovia PA-150, 1,5mil sem-terras marchavam em direção a Belém em protesto à demora da desapropriação de terras. O então governador Almir Gabriel (PSDB) acionou a PM e comandados pelo coronel Mário Pantoja, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo Almendra, a tropa chegou no dia seguinte, atirando nos manifestantes que usavam paus e pedras para se defender da ação dos PMs. Além das 19 mortes, os PMs deixaram mais 60 pessoas feridas. A concessão de indulto a ações desse tipo dá carta branca à polícia para usar de extrema violência em manifestações que desagradarem o governo.

Ainda citado por Bolsonaro, em 12 de junho de 2000, Sandro Nascimento manteve 11 passageiros de um coletivo da linha 174 reféns. A ação comandada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) fez vítima a professora Geisa Firmo Gonçalves que Sandro utilizava como escudo humano. Após horas de negociações, quando Sandro aceitou sair do coletivo com Geisa refém, um soldado do Bope atirou contra Sandro mas atingiu a professora de raspão. Sandro reagiu e disparou matando a professora. O sequestrador foi morto asfixiado pelos policiais a caminho da delegacia. Os três policiais réus pela morte de Sandro foram absolvidos sob o argumento de que Sandro havia se mexido muito e, por isso, se sufocou no braço do PM que o imobilizava pelo pescoço.

O governo de Bolsonaro ataca de um lado através de reajustes neoliberais como a reforma da previdência que faz com que os trabalhadores e sobretudo seus setores mais precários trabalhem até morrer para que os capitalistas possam lucrar em cima de seu sofrimento e morte, e de outro através do racista pacote anti-crime de Moro que dá carta branca para que os policiais possam matar manifestantes, negros e negras em favelas, periferias, e presídios.

A polícia brasileira é a representação do braço armado do Estado e atua como um mecanismo de coerção. Ela mata quem sair do controle da burocracia e se manifestar contra a miséria no país, além de matar também aqueles que uma vez não tendo direito a trabalho e condições dignas de sobrevivência, passaram a não ter direito à vida, sendo mortos pelo Estado. A polícia, portanto, não está do lado da classe trabalhadora. Está a serviço dos planos burgueses e seus interesses financeiros e opressores. Basta de racismo e o assassinato dos pobre! Justiça a todas as vítimas da polícia, basta de impunidade da polícia assassina!

Leia mais: Indulto de Bolsonaro a assassinos do Carandiru e Eldorado dos Carajás atualizam autoritarismo do governo

 
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